Nesta quinta-feira, 26 de maio, os trabalhadores da CSN da mina Casa de Pedra, em Congonhas-MG, votaram pela greve por tempo indeterminado. Dos 1955 votantes, 1304 votaram pela greve, enquanto que 630 votaram a favor da proposta da empresa; os brancos e nulos somaram 21 votos. A partir dessa sexta-feira (27/05), a qualquer momento, o sindicato Metabase Inconfidentes dará início à Greve geral.

Trabalhadores exigem 15% de aumento Salarial
Os funcionários da CSN rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 8,3% oferecido pela empresa. A reivindicação da categoria é um aumento de 15%, além de revisão da PLR para 5,4 salários, R$ 450 reais de cartão alimentação, entre outras exigências.

A intransigência da empresa levou os trabalhadores à greve. A CSN obteve em 2010 um faturamento de 14 bilhões de reais, representando um crescimento de 36% em relação ao ano precedente. A receita líquida da mineração avançou 86%, chegando a 3,6 bilhões de reais. Esses números são as provas irrefutáveis de que empresa tem totais condições de atender as reivindicações dos trabalhadores.

Greve por tempo indeterminado!
A greve por tempo indeterminado vai parar completamente a produção diária de 60 mil toneladas de minério de ferro. Os trabalhadores estão revoltados com a super-exploração na mina. O salário médio não passa dos R$ 1.200, a PLR está congelada há mais de seis anos e os acidentes de trabalhado se multiplicam.

“O aumento salarial de 15% representaria apenas 2,2% do faturamento líquido da empresa na mineração. Os gastos com mão-de-obra não chegam a 5% da receita líquida da CSN. Sobram condições para atender às nossas exigências”, explica Valério Vieira, presidente do sindicato Inconfidentes.

Em defesa da cidade de Congonhas
A greve dos trabalhadores também é em apoio à preservação e o tombamento da Serra Casa de Pedra. A CSN para expandir seus negócios quer destruir o patrimônio natural da cidade histórica. Os trabalhadores da CSN estão juntos à comunidade do município nessa importante luta.

Apoio em todo país
A mobilização dos trabalhadores da CSN está cercada de solidariedade em todo país. Centenas de sindicatos, a central sindical CSP-Conlutas e os movimentos sociais estão em apoio à greve.

Além disso, a sociedade de Congonhas também está ao lado dos trabalhadores. A Igreja Católica da cidade, os vereadores do município, as associações de moradores, entre outras entidades, estão em solidariedade ao movimento.

Greve até a vitória
Valério Vieira, presidente do sindicato, resume o objetivo da mobilização “A greve é em defesa de uma vida digna. A CSN retira bilhões de reais dessa mina e nada fica com os trabalhadores e a população além dos buracos, da poluição e da exploração. Nossa greve é por melhores salários e para dizer em bom e alto som ao Benjamin Steinbruch (presidente da CSN): o minério é nosso!”.