Piora a situação de Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado. A cada semana, novas maracutaias vêm à tona. Ele é acusado de ter tido despesas particulares pagas por um lobista de empreiteira, de ter livrado a cervejaria Schincariol de dívidas com a Previdência e também de ter enriquecido ilicitamente na política. Agora um novo escândalo atinge o senador. Ele seria o dono oculto de emissoras de rádio em Alagoas.

Segundo a revista Veja, Renan comprou em sociedade secreta com o usineiro João Lyra um jornal e duas emissoras de rádio em Alagoas, e os colocou em nome de laranjas. Lyra confirmou que Renan foi seu sócio secreto, e disse que ele “pagou tudo direitinho”.

Soterrado pela avalanche de denúncias, Renan insinua que poderá detonar alguns de seus colegas de Congresso. Promete revelar o que “eles fizeram no verão passado” e arrastá-los para o mar de lama.

Renan está na corda bamba e quer trocar o seu silêncio pela garantia de que pelo menos não será cassado. Afinal, quem dentro do Congresso não teve despesas pagas por lobistas? Quem não recebe financiamento nas campanhas eleitorais de empresários e latifundiários? Quem não é dono de emissoras de rádio e de televisão registradas em nome de laranjas? Na verdade, eles são todos iguais a Renan. E isso explica por que o presidente do Senado conseguiu livrar sua cara até agora.

Os trabalhadores não devem depositar nenhuma confiança nesse Congresso de picaretas. A enxurrada de lama mostra que todas as CPIs terminaram em pizza. É preciso cassar imediatamente o mandato de Renan, além de quebrar todo sigilo fiscal e bancário dos acusados e das grandes empresas, exigindo prisão e o confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores.
Post author
Publication Date