É mais um sinal de barbárie que trabalhadores e estudantes sejam obrigados a ir a pé para o seu local de trabalho e de estudo porque não tem mais condições de pagar as tarifas de ônibus. Nos últimos anos, a máfia dos empresários do transporte coletivo impôs reajustes exorbitantes, muito acima da inflação, que a população não pode pagar.

Mas essa quadrilha não age sozinha, contando com a conivência das administrações municipais. Isso quando essas não têm participação direta na bandalheira. Para manter seu “negócio” funcionando, a máfia do transporte contribui com milhões nas campanhas eleitorais dos candidatos a prefeitos e vereadores, como aconteceu na prefeitura petista de Santo André (SP). Em troca, os candidatos quando eleitos aceitam os mandos e desmandos desses bandidos. Muitos são diretamente sócios de empresas de ônibus, como por exemplo, o clã dos Amim, ligados ao PP, em Santa Catarina.

O governo Lula não está nem aí com os problemas que os trabalhadores enfrentam. Prova disso é a manutenção da mesma política econômica do governo anterior e da aprovação do salário mínimo de R$ 260. Ora, Como pode um trabalhador sustentar sua família e ainda pagar tarifas exorbitantes com esse salário de fome! Parece mesmo que a única preocupação com relação a transporte que passou pela cabeça do presidente, foi a compra de seu jato particular de R$ 167 milhões.

O caos enfrentado pela saúde e educação é igual ou superior ao do transporte. Em São Paulo, por exemplo, servidores, professores e estudantes das universidades estaduais protagonizam uma greve de mais de 40 dias contra a situação de penúria do ensino superior do estado.

Os partidos que governam o país, os estados e municípios estão com o rabo preso com os empresários e com a burguesia. Nessas eleições, eles novamente apareceram no horário eleitoral prometendo soluções mágicas para resolver os problemas do povo, dizendo que basta votar neles que está tudo resolvido. Mas os trabalhadores já viram esse filme e sabem qual é o seu trágico final.

O exemplo dado pela população de Florianópolis deve ser seguido pelos trabalhadores do país. Cansada de promessa, a população da cidade promoveu manifestações diárias, derrotando a máfia dos transportes e a prefeitura, revertendo o aumento da tarifa.

Nessas eleições, PSTU será o único partido a denunciar a farsa da democracia dos ricos, afirmando que o processo eleitoral é um jogo de cartas marcadas e que, portanto, não vai trazer mudanças para a vida dos trabalhadores. Nossas candidaturas estarão a serviço da luta, nossa participação nas eleições é para dizer que só com a mobilização permanente dos trabalhadores será possível melhorar suas condições de vida.
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