As eleições para o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Rio Grande do Norte (SINTE) ocorreram no dia 10 de junho. A chapa da atual direção do sindicato, de PT/PCdoB, venceu com 57,32%, contra 19,95% da Chapa 2 – Oposição Unificada, e 3,31 %, da Chap“ELEIÇÕES NO SINTE UMA LIÇÃO DE FARSA. MAIS UMA FRAUDE

Somos 27 mil sócios, votaram 10.361 nessa última eleição, ou seja, menos de 40% dos aptos a votar. Essa situação vem se repetindo. Em 2003 foi pouco mais de 30% dos sindicalizados. A direção que sai desse processo eleitoral em que não se exige nenhum quórum não tem nenhuma representatividade, não se pode ter legitimidade.

Grande parte da categoria vem se abstendo. Por que isso? Acreditamos que é uma resposta que a base vem dando a uma direção burocrática que não tem o apoio da maioria da classe, pois dos 27 mil sócios, só tiveram 5.939 votos, correspondendo a pouco mais de 25% dos sócios.

A direção se preocupa com isso? Evidentemente que não. Uma direção que se sustenta na aliança com os governos e na utilização de práticas desonestas, ferindo a democracia sindical. Vejam os fatos:

1º Não constrói um processo eleitoral democrático. A comissão eleitoral tem todos seus membros indicados pela cúpula da direção do sindicato em assembléia manipulada;

2º Uma campanha sem tempo suficiente para o debate. Menos de 30 dias de campanha para todo o estado, impossibilitando as chapas de percorrerem todos os turnos das escolas, levando a categoria a votar em branco (14%) e anular o voto (5%);

3º Utilizaram descaradamente o aparato do sindicato, que é do conjunto da categoria, para a chapa da situação;

4º A listagem de sócios é uma bagunça e só é entregue à chapa de oposição depois dos prazos determinado no estatuto;

5º A organização das urnas é uma piada. Não se tem o controle. Quem determina a quantidade de urnas não é a comissão eleitoral, são as direções regionais, nas quais a grande maioria são apoiadores ou membros da chapa da situação. Nesse último processo foram anuladas 46 urnas de um total de 240 urnas, por apresentarem algum tipo de irregularidades, indícios de fraudes, que conseguimos enxergar a olho nu;

6º Evitaram levar urnas onde a oposição tinha apoio ou candidato, como na E. E. Padre João Maria, que o mesário da chapa 1, depois de ameaçar bater no outro mesário, não coletou os votos da Escola, alegando que não tinha sócio no turno da manhã.

Que sindicato é esse? Até quando vamos ficar sem reagir?

Sabemos que sempre tem um setor da categoria que tenta reagir, só que a grande maioria, apesar de reclamar, de se opor à máfia instalada no sindicato, ainda não tem disposição de ir à luta para derrubar os seguidores do mensalão.

Muitos, revoltados, se desfiliaram e até são incentivados pela pelegada do sindicato a tomarem essa atitude que terminam ajudando a permanência deles.

Vamos continuar na luta. Agora não podemos dar nenhuma trégua a essa burocracia, a oposição não pode só funcionar nas assembléias e congressos, temos que fazer a disputa no dia-a-dia, filiando os opositores, organizando chapas para disputar as regionais, tendo materiais para distribuir na categoria, realizar visitas às escolas e regionais, promovendo debates, seminários, estudos com a categoria.

Batalhar para construir uma oposição forte e unificada, repudiar a divisão da oposição que só ajuda à burocracia.

Por último, gostaríamos de repudiar os métodos de gangster utilizado pela chapa da situação e seus apoiadores que durante a apuração furaram os pneus dos carros de Ossian Guedes, ex-diretor do Sinte e apoiador da chapa 2, e de Ilo, membro da Chapa da Oposição Unificada. Os R$ 50 que deram para a recuperação dos quatro pneus não apagam a bandidagem da pelegada.

Continuamos firme e forte na luta para resgatar um sindicato para a luta e independente dos governos.“