Ada Colau que pode chegar a prefeitura de Barcelona

Somamos-nos ao entusiasmo popular ante esta derrota do PP e esta porrada em Rajoy. Os resultados foram uma clara expressão do grito das ruas durante estes anos de lutas: Que se vão embora!

 
Nas recentes eleições na Espanha, o Partido Popular (PP) sofreu um duro castigo depois de anos de corrupção, políticas contra a classe trabalhadora, espólio e desmantelamento do Estado e de ataques às liberdades democráticas. Perdeu quase dois milhões e meio de votos desde as eleições municipais anteriores. Caíram em lugares chave, como Madri e Valencia, onde Esperanza Aguirre e Rita Barberá foram derrotadas e humilhadas. Perderam todas as maiorias absolutas que tinham em Comunidades e perderão muitos de seus governos e muitos de seus municípios.
 
Somamos-nos ao entusiasmo popular ante esta derrota do PP e esta porrada em Rajoy. Os resultados foram uma clara expressão do grito das ruas durante estes anos de lutas: Que se vão embora!
 
Vitória das candidaturas de unidade popular
As grandes vencedoras da noite foram as candidaturas de unidade popular. Manuela Carmena e Ada Colau podem chegar a prefeitas de Madri e Barcelona. Em outras cidades, como Zaragoza, La Coruña, Santiago ou Cádiz, se dá a mesma situação.
 
Essas candidaturas foram votadas com o mandato popular de por os municípios a serviço da maioria trabalhadora. Foram votadas para parar os despejos e para que todos tenhamos acesso a uma moradia digna. Para por em pé um plano de emergência social que não permita que nenhuma criança durma sem comer ou que cortem a luz e a água das famílias. Para defender e recuperar os serviços públicos e expulsar deles as grandes construtoras. Para auditar e não reconhecer a dívida como legítima.
 
As candidaturas de unidade popular que ganharem as prefeituras têm de desenvolver essas medidas, ainda que isso suponha enfrentar as próprias limitações legais dos municípios. Apelar à mobilização é a única maneira de sustentar esse punho em instituições projetadas para gerenciar cortes.
 
O PSOE já correu a se relocalizar na esquerda e a postular-se como o piloto da “mudança”. Vai querer vender seu apoio, necessário, em muitos casos, para governar, em troca de esterilizar as novas prefeituras para levar adiante qualquer medida de ruptura. Porém não há de se aceitar chantagens. Há de colocar seu apoio em base a um plano de emergência social. Se o rechaçarem e preferirem dar prefeituras ao PP ou bloquear a candidatura, devem ficar de fora! Os acordos têm de ser públicos e claros.
 
O compromisso das candidaturas de unidade popular foi contraído com os trabalhadores e o povo, não para serem fiadoras da ordem dos de cima. Sob nenhuma circunstância podemos saltar através de aros e nos submetermos ao mal menor.
 
Nos últimos meses, um novo panorama vem surgindo. Desenha-se claramente uma vontade de mudança que pare a sangria que os trabalhadores sofremos e que se faça com que os ricos paguem em vez de nós.
 
Grandes possibilidades recaem sobre as candidaturas de unidade popular. E, também, grandes responsabilidades: serem leais aos de baixo, enfrentar os de cima, desobedecer a legalidade traiçoeira quando nos vejamos obrigados a isso. Esse é o caminho. Organizar a mobilização e apelar aos próprios trabalhadores é a forma de avançar. Nessa tarefa, Corriente Roja estará remando junto.