Faltando poucos dias para o fim do prazo para a realização das convenções municipais, que termina em 30 de junho, o PSTU mantém o chamado ao PSOL e ao PCB para que seja repetida em 2008 a Frente de Esquerda que lançou Heloísa Helena a presidente nas eleições passadas.

Existem grandes diferenças programáticas entre estes partidos, mas consideramos um erro grave que a esquerda socialista se divida nas eleições municipais, enfraquecendo a oposição de esquerda ao governo Lula e seus representantes nos estados e municípios.

Na maioria das capitais, será mantida a frente eleitoral entre PSTU e PSOL, como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Em outras, porém, a frente está sendo ameaçada.

Em cidades como Porto Alegre (RS) e Macapá (AP), o PSOL, a partir da orientação de sua direção majoritária, está realizando coligações com partidos burgueses, que inclusive integram a base de sustentação do governo federal.

Em Porto Alegre, coligou com o PV, cedendo a vaga de vice-prefeito para um partido que é uma legenda de aluguel da burguesia, que integra o governo Lula e esteve aliado ao PP de Paulo Maluf nas eleições passadas.

Em Macapá, a política de conciliação de classe da direção majoritária do PSOL fica mais evidente. Lá o partido apoiará a candidatura do deputado estadual Camilo Capiberibe (PSB), filho do senador João Capiberibe, político burguês tradicional do Amapá, cassado em 2002 por compra de votos. O PSOL indicará o vice desta aliança, que incluirá também o PMN.

Em Recife, embora não haja uma aliança formal com partidos burgueses, a direção estadual do PSOL trouxe para o apoio à sua candidatura para prefeito o latifundiário e ex-juiz patronal Clóvis Correia (PSDC), que já foi vereador pelo partido de Maluf e teve sua candidatura a prefeito cassada por seu partido atual.

Nas cidades onde o PSOL está ampliando suas alianças eleitorais com partidos e políticos burgueses, o PSTU lançará candidaturas próprias à prefeitura. Queremos apresentar aos trabalhadores uma alternativa realmente independente, de classe e socialista.

Em outras capitais nordestinas, como São Luiz (MA), Natal (RN) e Aracaju (SE), as direções regionais do PSOL se negam a reconhecer o maior peso social e político do PSTU, mantendo suas candidaturas municipais. Nosso partido já propôs a realização de encontros abertos da frente para definir conjuntamente o programa e os candidatos. Até agora, entretanto, não houve uma resposta positiva do PSOL. Estamos a favor da frente em todo o país, mas isso não pode significar a adesão sem discussão do PSTU às campanhas do PSOL.

Além disso, não concordamos com a postura do PCB, que infelizmente optou por uma orientação sectária de lançar candidaturas próprias de seu partido na maioria das cidades, rompendo com a sua política anterior.
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