A crise econômica internacional esteve no centro da reunião promovida pelo Elac (Encontro Latino-americano e caribenho de Trabalhadores), realizada na tarde desse dia 30 na Universidade Estadual do Pará. O evento “A crise econômica mundial e a luta contra o imperialismo” reuniu dirigentes de diversos países que lutam hoje contra os efeitos da crise econômica sobre os trabalhadores.

Compuseram a mesa Didier Dominique, da organização haitiana Batay Ouvryie, Antônio Vidal, da Federação dos Empregados em Saúde do México e Dirceu Travesso, da Oposição Bancária e a Conlutas. A Frente Operária de Cuzco enviou uma saudação. Por conta da distância de Belém, não foi possível reunir todos os setores que participaram do primeiro Encontro em julho, mas a reunião foi importante para aproximar mais as experiências de distintos países.

Grave crise
Vidal expôs a gravidade da crise internacional, enquanto uma crise estrutural do capitalismo. No México em especial, a situação vai se deteriorando rapidamente, uma vez que 85% das importações e exportações do país é para os EUA, epicentro do terremoto econômico que balança o mundo.

Já para Didier, a tarefa principal colocada no momento é a luta intransigente ao lado dos trabalhadores. Algo que pode, num primeiro momento, inclusive aprofundar a crise, uma vez que o capitalismo não seria capaz de suprir as necessidades da classe e continuar vivendo.

O dirigente bancário Dirceu Travesso lembrou a recente ocupação da fábrica por trabalhadores nos EUA. Destacou também o processo de reorganização que ocorre a nível mundial, como na Argentina, aonde o Elac aglutina cada vez mais setores, no Paraguai, aonde houve a criação da Mesa Coordenadora por conta do Encontro e no Uruguai, com o fortalecimento da corrente sindical PIT-CNT.

“Qualquer projeto que deseje levar adiante as reivindicações dos trabalhadores até o último termo, está fadado ao fracasso se não levar em conta se não se organizar a nível internacional”, afirmou, colocando a importância do fortalecimento do Elac enquanto um organizador das mobilizações no continente.

Ao final, os ativistas prestaram homenagem aos trabalhadores recentemente assassinados pela repressão na Venezuela, fazendo um minuto de silêncio.