Educadores aprovam continuidade da greve

Professores e funcionários da rede estadual rejeitaram a proposta do governo e decidiram manter a paralisação, que já ultrapassa os 40 diasNa tarde deste dia 14 de junho, na Escola Estadual Winston Churchil, mais de 600 trabalhadores da educação do Rio Grande do Norte decidiram manter a greve da categoria, que já dura mais de 40 dias. Por unanimidade, professores e funcionários rejeitaram a proposta da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), que ainda não atende a totalidade das reivindicações nem cumpre de imediato os direitos cobrados pelos trabalhadores.

O governo reiterou a implantação do Piso Nacional do Magistério para 30 horas semanais, o que corresponde a R$ 890, e propôs atualizar em 34% os salários dos demais professores, com pagamento dividido em quatro parcelas a partir de setembro. Entretanto, a proposta se limita a atender neste momento apenas aos profissionais em início de carreira, desrespeitando o Plano de Cargos da categoria.

Para os funcionários das escolas, o governo propôs pagar à metade dos servidores – cerca de 4.600 trabalhadores – a primeira parcela do Plano de Cargos, o que corresponde a uma atualização de 30% nos salários, que já deveria ter sido implantada desde o ano passado. Dessa forma, os funcionários continuam sem nenhuma proposta que garanta o cumprimento dos seus direitos para este ano.

Durante a assembleia, os trabalhadores ratificaram a decisão de permanecer em greve até que o governo cumpra o pagamento dos direitos em atraso, sem parcelamento do Plano de Cargos.

Corte de ponto
Ao saber que os educadores não aceitaram a proposta, o secretário chefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso, anunciou que vai cortar o ponto dos docentes que não voltarem ao trabalho. O objetivo do governo é amedrontar os trabalhadores para encerrar a greve. Mas as decisões da assembleia da categoria mostram justamente o contrário e revelam a disposição dos educadores em continuar a paralisação. Na próxima segunda-feira, haverá uma reunião para buscar a unificação da luta com as demais categorias do funcionalismo público em greve.

Temporários estão sem salários desde fevereiro
O governo do Rio Grande do Norte já pediu a ilegalidade da greve da educação e insiste em não cumprir os direitos dos trabalhadores garantidos por lei. Mas a situação de gravidade e desrespeito com a educação não se resume apenas aos profissionais efetivos. Segundo dados da assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Educação, 913 professores contratados através de processo seletivo realizado neste ano, estão sem receber seus salários desde o registro nos quadros da secretaria. Desse total, 661 não veem a cor do dinheiro desde fevereiro. Outra parcela, de 252, não recebe desde abril.

“Que moral tem esse governo para dizer que nossa greve é ilegal?! Como pode um governo não pagar nem mesmo os salários dos trabalhadores, que por serem contratados, ainda se mantêm em sala de aula?! Para o governo de Rosalba, legal é não pagar os direitos dos educadores, não cumprir o Plano de Cargos e não pagar os salários“, afirmou a professora e militante da CSP-Conlutas, Amanda Gurgel.

Blog da professora Amanda Gurgel