Em greve há um mês, os trabalhadores da Educação estadual de Minas Gerais protestaram nesta quinta-feira, 6, no encontro entre Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV).

Gritando palavras-de-ordem como “sou professor, com muito orgulho, pouco valor” e “1, 2, 3, 4, 5 mil, nós é que fazemos a história do Brasil”, eles conseguiram atrasar o início do evento e chamar a atenção da imprensa para sua mobilização. Alguns prefeitos que participariam da atividade não entraram.

Chamada, a polícia jogou gás para tentar impedir a manifestação. O principal objetivo dos grevistas é a exigência do piso salarial de R$ 1.312,85 para 24 horas de trabalho.

Desde o início da greve, eles estão sendo pressionados e coagidos pela prefeitura, que já tentou criminalizar o movimento na Justiça. Na terça-feira, 4, o Tribunal de Justiça concedeu liminar considerando a greve ilegal. Mesmo assim, os professores permanecem firmes.

“Se o governo enrola, enrola, não voltamos para a escola”
Minas é o estado que tem o oitavo pior salário para os trabalhadores da Educação. O descaso do governo do PSDB se amplia a todo o funcionalismo. Aécio Neves, que era o governador, se licenciou para a campanha eleitoral de 2010, e Antônio Anastásia, seu substituto, manteve a mesma linha de arrocho.

Nesta semana, as centrais sindicais Conlutas, CUT, CTB, CGTB, NCST e UGT divulgaram um manifesto em apoio ao movimento. Na nota, as entidades afirmam que estão “ao lado dos trabalhadores até a vitória”.

As centrais condenaram a tentativa de criminalização da greve. “A intervenção judicial na greve dos trabalhadores e trabalhadoras em Educação da rede pública do Estado de Minas Gerais é mais um capítulo do escandaloso ataque à autonomia e à liberdade de organização sindical. O momento exige solidariedade de toda a classe trabalhadora. Pelo Brasil afora, notamos que a Justiça, acionada pelos patrões e governos comete desmandos ao não mediar e arbitrar os conflitos coletivos do trabalho”, diz o texto.

Os trabalhadores já iniciaram diversas e grandes manifestações desde o início da greve. Uma nova assembléia no dia 10, segunda-feira, decidirá os próximos passos do movimento.