Os profissionais de educação da rede municipal de Niterói (RJ) suspenderam a greve que paralisou as aulas por 73 dias e aprovaram a manutenção do estado de greve. Essa decisão foi aprovada na assembléia da categoria, após a prefeitura conceder um aumento de 8% para todo o funcionalismo a partir de junho, além de se comprometer com a abertura imediata de negociação para revisão do Plano de Carreira.

Manobras –A categoria resistiu a intimidações feitas pela prefeitura e, também, pelo Ministério Público (MP). O MP interpôs uma Ação Civil que exigia a suspensão da greve e o retorno das aulas, sob pena de multa diária. O Juiz não acatou o pedido do MP, pois reconheceu o direito de greve, mas, pasmem, autorizou a prefeitura a utilizar as verbas referentes aos descontos dos dias parados para contratar substitutos aos grevistas. A decisão, além de ilegal, era politicamente insustentável. Sem condições de cumprir, a prefeitura apresentou a proposta de aumento do funcionalismo com antecipação da data base e abertura de negociação com o SEPE.

Grande lição – A manutenção da greve marcou pontos na luta contra a reforma Sindical, que visa ao fim do direito de greve e prevê também a imposição de multas e substituição de grevistas.

A greve comprovou mais uma vez a falência da CUT, que só se fez presente no movimento uma única vez com duas diretoras que defenderam o fim da paralisação. Por isso, ativistas do comando de greve de Niterói encabeçam o “Manifesto pela Desfiliação do SEPE da CUT Já!”, que conta com centenas de assinaturas, e será levado pelos ativistas da Alternativa de Classe (corrente sindical da qual o PSTU faz parte) ao Congresso do SEPE.

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