Foto Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Leia o editorial do Opinião Socialista nº 556

A greve dos caminhoneiros se chocou com o processo de recolonização do Brasil que, neste momento, está sendo conduzido por Temer. Eles bateram de frente com a dolarização do preço dos combustíveis e com a privatização e a desnacionalização da Petrobras, que esfola os trabalhadores e o povo para dar lucro a um punhado de milionários internacionais. Enquanto isso, a população mais pobre está cozinhando com álcool e lenha porque não consegue pagar pelo gás de cozinha.

O Brasil está virando uma colônia dos EUA e dos demais países ricos: exporta produtos básicos e importa produtos com maior tecnologia. É desse jeito que, tendo a maior reserva de petróleo do mundo, privatiza e desnacionaliza o pré-sal e as refinarias da Petrobras. Eles diminuem a produção aqui, e o país exporta óleo cru e importa derivados.

Com a crise mundial do sistema capitalista, os países ricos e suas multinacionais querem arrancar mais riquezas e lucros daqui. Os banqueiros e os grandes empresários brasileiros são seus sócios-menores, ficam bilionários entregando o país e jogando a crise nas nossas costas. Da ditadura, passando por Collor, FHC, Lula, Dilma e Temer, o Brasil vai sendo cada vez mais privatizado e desnacionalizado. De Collor para cá, além do mais, vai se desindustrializando.

Os caminhoneiros deram um trancaço no motorista que mantém o país nesse atoleiro: Temer, que, depois dessa greve, é um morto-vivo. Porém todos que atuaram para desmontar a greve e impedir uma greve geral e a derrubada de Temer não estão de fato dispostos a enfrentar os países ricos, os banqueiros, as multinacionais e a colonização do Brasil.

De Lula a Bolsonaro, passando pelo Exército (que alguns têm ilusão de que seria nacionalista), Alckmin, Meireles, Ciro Gomes, Marina e todos eles, ninguém se propõe a contrariar o mercado, que é nada mais, nada menos que o 1% que domina o Brasil. Nosso país tem 70% da sua economia controlada por multinacionais e seus lacaios sócios brasileiros.

O mercado tem medo que Temer não consiga evitar ou reprimir uma explosão social, uma rebelião popular. Não tem certeza se Temer chega até as eleições de outubro. Nas eleições, querem trocar o motorista para seguir no mesmo caminho. Enquanto isso, com morto-vivo e tudo o mais no volante, eles insistem na colonização, na exploração e na corrupção.

Primeiro, querem dividir os de baixo e botar a culpa nos caminhoneiros pelo governo tirar dinheiro da educação e das verbas sociais e não de banqueiros, multinacionais e corruptos. Segundo, a entrega do país não para. Vão privatizar dois campos do pré-sal esta semana. Temer quer entregar a Eletrobras e botar a energia do país nas mãos de multinacionais. Que país é este que permite que um setor estratégico fique nas mãos de outros países? Só mesmo uma colônia.

Outra notícia é que as Forças Armadas estão fechando acordo com os EUA para que esse opere a Base de Alcântara no Maranhão. Assim, os EUA, terão uma base militar no nosso território.

Querem aumentar a exploração e a entrega. Daí as reformas que garantem mais dinheiro para os banqueiros via pagamento da dívida pública, um roubo legalizado. Para ver o roubo, basta você fazer uma conta: fique devendo mil reais para um banco durante um ano e veja quanto vai pagar; pegue o mesmo dinheiro, deposite na poupança e veja quanto vai receber.

Um projeto socialista para uma segunda independência
O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. Seis bilionários concentram uma renda equivalente à de 100 milhões de pessoas.

Para mudar a vida do povo e garantir o mínimo – gás de cozinha, emprego, saúde, educação, moradia, saneamento, enfim uma vida digna –, é necessário peitar a recolonização do Brasil, os banqueiros, as multinacionais e seus lacaios. É preciso reduzir a jornada de trabalho sem reduzir os salários, anular a reforma trabalhista, impedir a reforma da Previdência, acabar com as privatizações e suspender o pagamento da dívida, que dá aos banqueiros, todos os anos, metade de tudo que se arrecada. É necessário, além disso, estatizar e colocar sob controle dos trabalhadores as 100 maiores empresas que controlam a economia do país, entre elas os bancos, as estatais privatizadas e as multinacionais.

Os candidatos à Presidência que aí estão, à exceção de Vera, pré-candidata do PSTU, não falam em parar de pagar a dívida aos banqueiros nem em reestatizar as estatais privatizadas. Todos prometem ao mercado fazer a reforma da Previdência. O Brasil precisa de uma segunda independência. Sem acabar com a submissão do país, não serão resolvidos os problemas da maioria do povo brasileiro nem a corrupção.

Rebelião popular! Operários e povo no poder, esse é o caminho
Para mudar tudo o que está aí, o caminho não será a via das eleições, muito menos uma intervenção militar. Precisamos organizar os de baixo para derrubar os de cima. Esse país precisa de uma Rebelião, de um projeto socialista que coloque os operários e o povo no poder para governar por meio de conselhos populares.