Redação

Enquanto Bolsonaro faz de conta que peita o mercado e o aumento dos preços dos combustíveis para tentar conter a queda de sua popularidade e troca seis por meia dúzia no comando da Petrobras, dando mais uma boquinha para general entreguista seguir desmontando a maior empresa do país (leia nas páginas 8 e 9), ele também tenta desviar a atenção da pandemia e da sua reponsabilidade pelo fato de o Brasil inteiro estar virando Manaus.

A demissão de Roberto Castello Branco da presidência da Petrobras foi uma jogada eleitoral, mas não passa de cortina de fumaça. A verdadeira razão para os elevados preços é a dolarização dos preços, que enriquece meia dúzia de banqueiros e grandes investidores, o tal mercado, e isso vai ficar intocável.

No momento em que você estiver lendo este texto, provavelmente o país já terá superado as 250 mil mortes pela pandemia. A vacinação anda a passos de tartaruga pela falta de vacinas, devido à incompetência e à política genocida de Bolsonaro e Pazuello. Ao mesmo tempo, o já insuficiente auxílio emergencial termina, deixando milhões sem qualquer fonte de renda e uma explosão no desemprego. Isso num momento em que os produtos mais básicos, como arroz, feijão e óleo de soja, gás, para não falar da carne, tornam-se artigo de luxo.

É possível e necessário derrubar Bolsonaro e Mourão

Diante dessa crise sem precedentes, o receituário do governo é ainda mais ataques. Querem agora conceder um auxílio emergencial cujo valor não chega à metade de uma cesta básica. E ainda chantageiam condicionando isso ao fim do piso da Saúde e da Educação.

Ao passo em que esse governo promove uma entrega do país como nunca houve, privatizando a maioria da Petrobras aos pedaços. Deram o Banco Central oficialmente aos banqueiros e preparam uma rodada de privatizações para se desfazerem de todo o patrimônio público, incluindo estatais como a Eletrobrás, os Correios etc. E, nesse projeto, aliaram-se ao centrão, o setor mais descaradamente corrupto do Congresso Nacional.

De outro lado, Bolsonaro vai militarizando cada vez mais o Estado, liberando armas e incentivando suas milícias particulares a fim de deixar preparado um plano b, caso perca as eleições, ameaçando com seu projeto de ditadura.

Fora Bolsonaro e Mourão! Vacina para todos já!

Nesse sentido, é preciso reforçar a luta para colocar para Fora Bolsonaro e Mourão. Nesse sentido, as declarações de Haddad e Lula, colocando de lado a mobilização e essa luta, deixando tudo para as eleições de 2022, são um desastre. Ao contrário, a campanha pelo Fora Bolsonaro e Mourão tem que ganhar as ruas, as redes sociais, os locais de trabalho, enfim, massificar-se.

É necessário reforçar o calendário de lutas do movimento:

– 1º de março: Indicativo de greve dos petroleiros

– 3 de março: Plenária da campanha Fora Bolsonaro

– 8 de março: Dia de luta das mulheres trabalhadoras

Uma alternativa dos trabalhadores contra a crise

O governo, o Congresso e os capitalistas têm acordo quando se trata de jogar a crise nas costas dos trabalhadores enquanto entregam o país para especuladores, banqueiros e multinacionais, e são sócios menores do fim de feira em que estão transformando o Brasil.

É preciso tomar medidas urgentes e profundas para defender o país, a classe trabalhadora e a maioria da população.

– Vacinação para todos já para combater a pandemia! Para isso, é necessário quebrar as patentes dos grandes laboratórios e fabricar os imunizantes em massa.

Lockdown para impedir que o vírus faça a festa como ocorre hoje com a anuência dos governos. Isso pressupõe garantir os empregos e a renda. Retomar o auxílio de R$ 600 e proibir as demissões, com o Estado tomando para si as folhas de pagamento das empresas de até 20 funcionários, apoiando o pequeno empresário e estatizando as grandes empresas e multinacionais que insistirem em demitir. Da mesma forma, promover um plano de obras públicas que absorva os desempregados.

– É preciso, para isso, acabar com a Lei de Responsabilidade Fiscal e o teto de gastos, que direcionam todo o orçamento para pagar juros a banqueiros e bilionários, e impor uma lei de responsabilidade social contra Bolsonaro, Guedes, o Congresso Nacional e o mercado e direcionar todo dinheiro para resolver os problemas do país e dos mais pobres.

– São medidas possíveis se tirarmos dos ricos. A proibição das remessas de lucros e a taxação das grandes fortunas dos bilionários poderiam bancar um novo auxílio emergencial e ainda sobraria.

– É preciso cancelar todas as privatizações, como a dos Correios e da Eletrobrás, e reestatizar as empresas privatizadas, sob controle dos trabalhadores. Lutar por uma Petrobras 100% estatal sob controle operário e que atue de acordo com os interesses da população.

– Isso tudo só é possível estatizando o sistema financeiro sob controle dos trabalhadores.

Essas medidas só podem ser levadas a cabo por um governo que enfrente os ricos e a dependência do país dos banqueiros internacionais e multinacionais. Frentes como a que o PT busca com os capitalistas, como com Luiza Trajano, a dona do Magazine Luíza, ou com partidos do centrão e políticos como Kalil, do PSD do Kassab, é mais uma reedição do mesmo programa capitalista e alianças dos governos do PT (como a que colocou Temer na vice da Dilma), que já vimos no que deu.

Só a classe trabalhadora e o povo pobre podem levar adiante esse programa, com um projeto socialista e um governo socialista dos trabalhadores, apoiado em conselhos populares, para efetivamente construir uma nova sociedade.

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