Redação

O ano de 2017 está chegando ao fim, e a Editora Sundermann, mais uma vez, de destacou. Ao longo do ano, participou de feiras e eventos pelo país. Dessa forma, a editora se firma como uma importante referência em literatura marxista no Brasil. Seu catálogo serve à formação teórica de todos aqueles que querem conhecer a História da luta de classes e compreender a realidade atual. Todos os lançamentos de 2017 se encontram no final deste texto.

Este também foi o ano do centenário da Revolução Russa, o mais importante acontecimento do século 20. Coerente com seu projeto editorial, a Sundermann deu atenção especial a esse evento, especialmente às obras de Leon Trotsky, dirigente da revolução. A editora se consolida, assim, como a principal editora das obras do revolucionário russo no Brasil, com o propósito de resgatar a verdadeira história da Revolução de Outubro, deturpada pelo stalinismo e pelo capitalismo.

O tema das opressões também teve destaque. Foram quatro livros sobre a luta contra a opressão de mulheres e negros e a luta pela libertação da Palestina. Outro tema pouco tratado entre marxistas, o Direito, também ganhou uma edição especial de Evgeni Pachukanis, com direito a textos inéditos, organizada por um time de primeira linha.

Além desses, a Sundermann publicou outros dois livros, Escola Nacional Florestan Fernandes, de Carlos Bauer, e Neodesenvolvimentismo ou Neocolonialismo, de Nazareno Godeiro e João Ricardo Soares, e manteve regularmente a publicação da revista Marxismo Vivo – Nova Época.

Veja abaixo alguns dos títulos publicados. E aguarde: para 2018, a Sunderman já está em plena produção e promete ser ainda melhor.

 

HISTÓRIA DA REVOLUÇÃO RUSSA
Leon Trotsky
Numa edição totalmente nova, publicada em dois livros e com nova revisão, esta é, sem dúvida, uma das principais obras que trata dos acontecimentos de 1917 na Rússia. Escrita em dois tomos, o livro é o testemunho vivo da revolução que abalou o mundo. Narrada por Trotsky, é um relato preciso que permite às novas gerações conhecerem e compreenderem a verdadeira história da Revolução de Outubro. Ele não apenas participou dos eventos de 1917: ao lado de Lenin, por meio do Partido Bolchevique, como conduziu diretamente a revolução. Suas mais de mil páginas contam de forma crítica e do ponto de vista de quem viveu os fatos, desde a queda do tzarismo até a tomada do poder pelos sovietes.

MINHA VIDA
Leon Trotsky
Autobiografia de um dos dois principais líderes da Revolução Russa, escrita em 1929, quando Trotsky encontrava-se no exílio nas ilhas Prinkipo, na Turquia. De seus sessenta anos vividos, mais de quarenta foram dedicados ao marxismo e à causa comunista. Uma vida extraordinária é contada com uma qualidade literária incrível. Mais do que uma autobiografia, trata-se da defesa e do resgate da verdade histórica sobre outubro de 1917. A obra surgiu também da necessidade de defender a si próprio e de combater a burocracia soviética. A partir de sua vida desde a infância, passando pelos períodos revolucionários da Rússia desde os primeiros anos do século 20, Trotsky conduz o leitor a compreender política e socialmente o que era a Rússia e em que circunstâncias se deu o processo revolucionário. A edição traz, ainda, o “Posfácio à edição abreviada de Minha Vida”, de dezembro de 1933, o “Prefácio à edição norueguesa”, de 1935, publicado pela primeira vez em língua portuguesa, e o “Testamento”, de Trotsky, e “Como aconteceu”, de Natália Sedova, em que ela relata o último dia de vida de seu companheiro e como aconteceu o atentado.

1917: REVOLUÇÃO RUSSA EM QUADRINHOS
Em parceria da Editora Sundermman com o coletivo Território Livre
Este livro é fruto do desafio – cumprido – de contar uma história de tamanha magnitude em forma de história em quadrinhos, com um roteiro baseado na obra de Leon Trotsky, História da Revolução Russa. É destinada a todos os públicos, especialmente aos mais jovens, proporcionando uma leitura leve e, ao mesmo tempo, que contribua para uma melhor compreensão da História.

PROGRAMA DE TRANSIÇÃO
Leon Trotsky
O texto, escrito por Leon Trotsky em 1938, é o documento de fundação da IV Internacional, aprovado em seu primeiro congresso. Longe de negar o Manifesto Comunista, o primeiro programa para a revolução socialista, o Programa de Transição reafirma as tarefas do proletariado mundial colocadas por Karl Marx e o complementa sob a perspectiva do capitalismo em sua fase imperialista. Trotsky o faz a partir da identificação da falência da III Internacional, a Internacional Comunista, que se converteu de partido mundial da revolução no maior aparato contrarrevolucionário da História. O Programa de Transição é a sistematização das tarefas a serem empreendidas para retomar o caminho da revolução socialista mundial.

A REVOLUÇÃO TRAÍDA (em árabe)
Leon Trotsky
Publicada primeiramente em árabe, A Revolução TraídaO que é e para onde vai a URSS é leitura indispensável para a compreensão dos processos que culminaram na queda do aparato stalinista e na restauração do capitalismo no Leste Europeu no final do século 20. Neste livro, Trotsky apresenta um estudo profundo sobre as causas da degeneração da URSS e descontrói a falsa ideia do fim do socialismo apregoada exaustivamente pelo capitalismo. Em breve, a obra terá sua edição em português.

MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA
Karl Marx e Friedrich Engels
Escrito em 1848, em meio aos processos revolucionários daquela época, o Manifesto é um dos textos de maior influência histórica, política e social de todos os tempos. É o primeiro programa elaborado para a classe operária mundial. Os autores partem da análise histórica da exploração e da opressão para defender o fim da propriedade privada. É no Manifesto que surge a ideia do internacionalismo, a partir da premissa de que a luta pelo comunismo e pelo fim do Estado deve ser levada pelos trabalhadores do mundo inteiro, única forma de derrotar o capitalismo, que se organiza de forma internacional. Este pequeno texto foi escrito primeiramente como programa para a Liga dos Comunistas.

A ATUALIDADE DE UM PARTIDO TIPO BOLCHEVIQUE
Francesco Ricci
Francesco Ricci, militante do Partido de Alternativa Comunista (PdAC) da Itália apresenta um debate fundamental para todas e todos que atuam no movimento operário e nos movimentos sociais em geral. O autor defende e explica o porquê da necessidade de uma organização, um partido revolucionário, como meio para atingir os objetivos políticos que culminarão na tomada do poder pelos trabalhadores. Mais do que uma discussão organizativa, trata-se de um debate profundo sobre as implicações políticas da existência ou não dessa organização.

O MITO DA DEMOCRACIA RACIAL
Wilson Honório Silva
Com O mito da democracia racial – Um debate marxista sobre raça, classe e identidade, a Editora Sundermann apresenta à esquerda marxista e ao ativismo e movimentos negros um debate apaixonante e necessário sobre como combater o racismo, suas ideologias e bases socioeconômicas com uma perspectiva de Raça e Classe. Wilson Honório da Silva, militante dos movimentos negro e LGBT e membro da Secretaria Nacional de Formação do Partido Socialista dos Trabalhadores, propões um debate fundamental: no mundo em que vivemos, não é possível ignorar a luta contra as opressões deixá-la nas mãos daqueles que defendem que a mesma pode ser feita sem questionar o capitalismo. Nesta obra, raça e classe se combinam em um todo indissolúvel.

LIBERTAÇÃO NEGRA E SOCIALISMO
Ahmed Shawki
Nesta obra, Shawki aborda temas complexos como a relação entre raça e classe, marxismo e nacionalismo negro, utilizando uma linguagem acessível ao entendimento do indivíduo comum. De maneira surpreendente, o autor revela em que medida o marxismo influenciou muitas organizações negras dos Estados Unidos, além das iniciativas acertadas e dos erros cometidos nessa relação, sobretudo, as lições que delas podemos extrair. As reflexões expostas tratam do caráter organizativo e das variantes políticas dessas organizações em suas incansáveis lutas por emancipação. É um livro que ajuda a enriquecer as reflexões dos ativistas negros e não negros sobre o lugar que a questão negra deve ocupar nas tarefas colocadas para que a revolução brasileira se realize.

GÊNERO E CLASSE
Cecília Toledo
Em sua obra póstuma, Cecília Toledo polemiza com as diversas teorias de gênero, tanto as clássicas como as contemporâneas. A autora traça uma linha que difere mulheres não só pelo gênero, mas também pela sua classe social, partindo do pressuposto de que as mulheres trabalhadoras são as mais exploradas e prejudicadas pela opressão. O livro é uma contribuição à tentativa de resgatar a visão marxista, o materialismo histórico e dialético, no entendimento da opressão da mulher. Com ele, a autora busca trazer uma luz para as mulheres que hoje despertam sua consciência para esse problema tão grave, que tem uma abrangência muito além da percepção cotidiana do senso comum, defendendo que a luta pela liberação das mulheres é a luta pela emancipação de toda a humanidade.

A LIMPEZA ÉTNICA DA PALESTINA
Ilan Pappé
Um dos mais importantes historiadores israelenses, Ilan Pappé é professor da Universidade de Exeter, na Inglaterra. A partir da abertura do arquivo oficial israelense, o autor debruçou-se criticamente sobre os acontecimentos de 1948 e o sionismo enquanto projeto político. Nesta obra, defende que a criação de Israel como Estado judeu e a escolha de suas lideranças teve o objetivo principal de promover limpeza étnica, a expulsão deliberada dos palestinos. Suas conclusões são comprovadas pela análise minuciosa de documentos oficiais israelenses, historiografia e memória coletiva palestina. O autor denuncia a limpeza étnica do povo palestino e defende justiça na Palestina e o direito assegurado de retorno dos refugiados expulsos de suas terras.

AL NAKBA: UM ESTUDO SOBRE A CATÁSTROFE PALESTINA
Soraya Misleh
A jornalista palestino-brasileira Soraya Misleh recupera relatos da memória histórica da Palestina no ano em que se completou 70 anos da partilha e do início do processo de limpeza étnica que culminou, em 1948, em mais de 500 aldeias destruídas e cerca de 800 mil palestinos expulsos de suas terras. O pai da autora, Abder Raouf, foi expulso com toda a família da aldeia de Qaqun, o que faz de Misleh uma testemunha da catástrofe. A obra refuta a historiografia oficial israelense e demonstra que a chamada guerra de independência foi, na verdade, um violento processo racista de expulsão dos palestinos, cujos efeitos perduram até a atualidade. A autora foi impedida pelo Estado de Israel de entrar na Palestina em duas ocasiões diferentes, assim como faz diariamente com milhões de palestinos a quem nega o legítimo direito de retorno.

A TEORIA GERAL DO DIREITO E O MARXISMO
Evgeni Pachukhanis
Organizado por uma equipe de conceituados juristas sob a coordenação de Marcos Orione, este livro reúne textos que são uma contribuição formidável à teoria marxista do Direito. Esta é a primeira tradução feita diretamente do russo para a língua portuguesa. Além da principal obra de Evgeni Pachukanis, o livro reúne uma coletânea inédita de ensaios que escaparam à censura stalinista.

NEODESENVOLVIMENTISMO OU NEOCOLONIALISMO
Nazareno Godeiro e João Ricardo Soares
O livro é composto por dois textos surgidos a partir de debates realizados pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU). O objetivo é abrir uma discussão sobre as profundas mudanças na estrutura econômica do Brasil e suas consequências sobre as tarefas da revolução brasileira e o papel do Brasil na América Latina.

ESCOLA NACIONAL FLORESTAN FERNANDES
Carlos Bauer
O livro narra a trajetória histórica da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), criada pelo MST e movimentos socais. O autor pretende, com este texto, identificar a dimensão internacionalista da escola as motivações para a sua criação, além de apresentar alguns dos principais aspectos do projeto pedagógico aplicado, com ênfase na proposta de participação de representantes de movimentos sociais de diversos países.

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