Empresas já se preparam para recessão e novo corte de juros é anunciadoNo dia 30 de janeiro, o Departamento de Comércio do governo norte-americano divulgou o resultado do PIB do país no quarto trimestre de 2007. O PIB, Produto Interno Bruto, é a soma do valor de tudo o que é produzido por um país num determinado período. O crescimento de apenas 0,6% no período ficou bem abaixo do esperado até mesmo pelas mais pessimistas expectativas. O mercado esperava crescimento de no mínimo 1,2%. Já o ano fechou com crescimento de 2,2%, o menor em cinco anos.

Segundo o jornal britânico Financial Times, a recessão já é uma realidade para as grandes empresas norte-americanas. Com a expectativa de um período de recessão no próximo ano, as empresas já planejam cortes, contenção de gastos e diminuição da produção. “Todos querem saber como cortar e o que restringir se a economia estancar”, afirmou o executivo Jim Owens, da Caterpillar, empresa de material de construção.

Ainda segundo a reportagem do diário britânico, as multinacionais esperam compensar a queda nas vendas em seus países de origem através dos lucros de suas filiais no exterior.

Fed corta ainda mais os juros
No mesmo dia 30, o Federal Reserve, o banco central norte-americano, anunciou novo corte nos juros a fim de conter a crise financeira e econômica que ameaçam a maior economia do globo. Desta vez o corte foi de 0,5%, deixando a taxa básica de juros em 3% nos EUA.

Na semana passada o Fed divulgou o corte de 0,75% na taxa, após uma reunião extraordinária, a primeira desde o ataque ao World Trade Center em 2001. O presidente do Fed, Bem Bernake, também deixou implícito que o corte pode se intensificar no próximo período.

A taxa de juros oficial determinado pelo Fed serve como referência para o valor de juros em empréstimos e financiamentos. Com o corte, o governo espera aumentar o consumo e reaquecer a economia. No dia 30 o Congresso norte-americano também aprovou o pacote de Bush para a economia, concedendo cerca de US$ 150 bilhões em renúncia fiscal.

No entanto, nem mesmo o esperado corte e a aprovação do pacote conseguiram reanimar o mercado financeiro. No mesmo dia, a Bolsa de Nova York fechou em baixa de 0,30%. A queda nas bolsas foi provocada principalmente pelo temor de quebra das empresas de seguro de crédito Ambac e MBI. As ações da Ambac caíram 16,09% e as da MBI, 12,64%.

FMI reduz previsão de crescimento
A crise forçou até mesmo o sempre otimista Fundo Monetário Internacional a revisar sua previsão de crescimento econômico mundial para 2008. Em relatório divulgado no dia 30, o fundo rebaixou sua expectativa de 4,4% para 4,1%. Para os EUA, o fundo prevê 1,5% de crescimento, contra 1,9% previsto anteriormente.

Apesar da revisão, o FMI afirma que os Estados Unidos não deverão passar por uma recessão no próximo ano. O fundo se nega a reconhecer que o coração econômico do imperialismo passa por uma crise econômica, continuando a afirmar que existe somente uma crise financeira desencadeada pelas dificuldades do mercado imobiliário norte-americano.