Maria Aparecida de Matos, doméstica e mãe de dois filhos, foi libertada na última semana depois de passar um ano na cadeia por furtar um xampu de R$ 24. Por outro lado, os deputados de Rondônia e os prefeitos de Alagoas (envolvidos em esquemas de propinas), Jader Barbalho (que promoveu roubalheiras de R$ 1,7 bilhão), a máfia dos vampiros (que roubou R$ 2 bilhão da Saúde) e Maurício Marinho seguem livres. O exemplo acima é apenas mais um caso que revela como funciona a democracia burguesa no país.

Todos os escândalos possuem um traço comum: seus protagonistas são grandes empresários e banqueiros que, em troca de benefícios e contratos com o Estado, pagam propina, financiam campanhas eleitorais e corrompem candidatos, partidos, governos, parlamentares, juízes e policiais.

A primeira medida é reprimir os corruptos. A impunidade multiplica os casos de corrupção. Seria preciso prender os corruptos e confiscar seus bens. De nada adiantariam prisões temporárias sem que se expropriem as propriedades dos corruptos, porque, ao sair do período na prisão, (geralmente com regalias), o corrupto vai usufruir do que roubou.

É necessário também prender e expropriar as empresas que corromperam. Não existem corruptos sem corruptores. Em geral, quando alguém acaba preso, é um funcionário menor. Nenhum “peixe graúdo” vai para a cadeia e muito menos as grandes empresas corruptoras são afetadas. Do mesmo modo, não devemos depositar nenhuma confiança na CPI dos Correios, pois ela será dirigida pelo Congresso Nacional, cujo presidente, Severino Cavalcanti, é um dos mais conhecidos corruptos. Toda investigação deve ser realizada por uma comissão independente que reúna entidades e personalidades idôneas.

Essas medidas imediatas, contudo, não resolveriam por completo o problema da corrupção. A democracia burguesa corrupta já provou que tudo acaba em “pizza”, como as CPIs no Congresso. A corrupção só poderia acabar com o fim do Estado capitalista, quando os trabalhadores tomarem nas suas mãos o poder político e econômico.

Post author
Publication Date