A fonte de todas as denúncias contra a alta cúpula da equipe econômica são os documentos levantados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banestado. Instituída para investigar um escândalo de R$ 30 bilhões, enviados para paraísos fiscais através de contas especiais, conhecidas como CC-5, a CPI do Banestado levantou uma série de documentos que comprovam a participação de membros e aliados do ex-governo tucano e do atual governo petista em vários esquemas de lavagem e remessas ilegais de dinheiro.

Sabendo disso, o governo Lula tentou impedir a instalação da CPI, mas não conseguiu. Com a CPI instalada, Lula designou José Dirceu para não deixar que ela apurasse o mar de lama que invadiu o governo FHC. A estratégia de Lula era clara: impedir uma ampla investigação dos pilantras que estavam no PFL, PSDB, PMDB e no PP, para garantir a aprovação das reformas exigidas pelo FMI.

Partiu do PT a tentativa de bloquear, por exemplo, as denúncias que atingiram o presidente do PFL, Jorge Bornhausen. O senador, de Santa Catarina, banqueiro e ex-presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), é responsável pela lavagem de U$ 4 milhões.

As investigações da CPI enlameiam também os integrantes do governo FHC, como o ex-presidente do BC, Francisco Lopes, acusado de fazer movimentações bancárias suspeitas e de vender informações para o mercado financeiro e Ricardo Sérgio, ex-tesoureiro de campanha de FHC e José Serra. Nem o atual presidente da CPI escapa das suspeitas: há denúncias de que Antero Paes de Barros (PSDB-MT), teve parte de sua campanha financiada pelo Comendador Arcanjo, conhecido como o “Al Capone de Mato Grosso”.

É preciso abrir a caixa-preta da CPI do Banestado e apurar toda a bandalheira que envolve tucanos e petistas. Toda a documentação que está nas mãos da CPI deve ser entregue ao Ministério Público. Uma comissão formada por entidades do movimento, a OAB, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e personalidades também deve ser constituída para fazer uma varredura em todo o sistema financeiro do país, quebrando o sigilo fiscal e bancário de todos os dirigentes dos bancos públicos e privados e confiscando os bens de todos os corruptos.
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