Lula tentou se defender sobre a mudança que o PT sofreu nos últimos anos para ganhar as eleições. Perguntou se seria possível ganhar “com o discurso do PSTU” e, se ganhasse, se seria possível governar. Afirmamos não só que é possível sim governar com os trabalhadores, como é a única alternativa para fazer um governo de fato voltado à melhoria das condições de vida da grande maioria da população.

Lula governa com os banqueiros e empresários e, nesses sete anos, nada mudou. Isso ocorre porque, para fazer mudanças profundas, inevitavelmente, deve-se atacar os interesses da burguesia. E a isso Lula não está disposto. Não vai fazer, pois governa com e para os empresários.

Para reduzir a jornada de trabalho e gerar empregos, por exemplo, o governo teria que atacar os lucros das grandes empresas. Os empresários não iriam ceder pacificamente, alguns se rebelariam. A única forma de garantir os empregos e não ficar refém desses patrões seria desapropriar essas companhias. Como fazer isso com empresas que financiam sua campanha eleitoral?

Seria então possível governar para patrões e trabalhadores, como diz Lula? Não, pois são interesses contrários. O aumento nos salários de uma fábrica é a redução dos lucros do patrão. De que lado ficar? Dos dois, não dá.

Os últimos discursos de Lula e Dilma Rousseff falam muito do Estado e da importância das estatais. A Petrobras hoje cobra aqui no Brasil a gasolina mais cara da América Latina e uma das mais caras do mundo, R$ 2,59 o litro, em média. Isso ocorre porque a empresa precisa lucrar. Essa necessidade ocorre porque a maior parte dela já é privada e pertence a grandes acionistas estrangeiros.

Um governo dos trabalhadores poderia reestatizar a Petrobras por completo e colocá-la a serviço da população. Poderia reduzir em muito o preço do combustível, o que baratearia toda a linha de produção, principalmente o transporte. Isso possibilitaria uma redução geral nos preços, inclusive no dos alimentos. Significaria uma redução importante no custo de vida e melhoraria a vida da população.

O mesmo poderia ser feito com a carne produzida no país, e demais alimentos voltados à exportação e cotados no mercado internacional. Mas isso só é possível num governo dos trabalhadores, sem patrões, como dizia o PT do início.

Post author José Maria de Almeida, pré-candidato à Presidência da República
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