Até agora, Lula aumentou o mínimo em apenas 2,4% em termos reais.Lula prometeu, na campanha eleitoral, dobrar o salário mínimo em seus quatro anos de governo. No entanto, desde a posse, aumentou apenas 2,4% em termos reais. Pelo ritmo atual, terminaria seu governo com um aumento de 4,8%, algo correspondente a R$ 16 em quatro anos.

Seus defensores dizem que “foi pouco, mas se aumentou em termos reais”. Considerando, no entanto, o brutal arrocho salarial determinado pela ditadura e os governos “democráticos”, que reduziram o mínimo a quatro vezes menos do que era, e quase seis vezes menos do que a Constituição determina, o governo Lula cometeu um crime grave.

Se continuar pagando 1,2% de aumento em cada ano sobre o salário mínimo, ao final de seu governo, Lula terá dado um reajuste inferior à média dos dois governos FHC, que foi de 4,7% ao ano.

Combinado com os índices recordes de desemprego no país, Lula pode terminar seu governo, como o pior na história para a classe trabalhadora (incluindo a ditadura militar pós 64 e os governos de direita): o maior arrocho salarial e os mais altos índices de desemprego.

Para dobrar tem de romper com o FMI

Para obter uma mudança real salarial neste país é necessário enfrentar o poder das grandes empresas. Assim como em todas as questões realmente importantes, não se pode avançar na questão salarial sem romper com o FMI, rumo a um projeto anti-capitalista e antiimperialista. As “condições da economia” permitem hoje dobrar o salário mínimo para R$ 480 e ter um plano como objetivo de atingir o salário mínimo do Dieese em cinco anos. Mas, para isso, será necessário enfrentar as grandes empresas, os banqueiros e o FMI.

O governo Lula fez a opção inversa. Juntamente com a burguesia, está se enfrentando com os trabalhadores. Isto tem conseqüências. Na sexta-feira passada, foi obrigado a ouvir o grito de “traidor”, vindo do meio do povo quando discursava na 11ª Agrishow, feira de agronegócio, em Ribeirão Preto (SP). Os metalúrgicos da Mercedes no ABC, o vaiaram pela primeira vez na história.

É como se estivessem representando todos os trabalhadores do país.

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