Oito deputados petistas se abstiveram na votação do texto base da reforma da Previdência, na terça, dia 5: Chico Alencar (RJ), Orlando Fantazzini (SP), Ivan Valente (SP), Walter Pinheiro (BA), Maninha (DF), João Alfredo (CE), Paulo Rubem
Santiago (PE) e Mauro Passos (SC).

No dia seguinte, publicaram uma declaração na qual diziam que a reforma da Previdência atendia a “expectativa do Fundo Monetário Internacional” e explicavam a que a abstenção baseou-se na “coerência com as ações e votos anteriores proferidos pelo nosso partido em favor da Previdência pública”. Junto com isso, afirmaram que a abstenção de modo algum era uma ruptura com o governo.

A clareza dos oito deputados em denunciar a reforma como uma exigência do imperialismo só os colocou numa situação ainda mais contraditória. A coerência que espera-se de lutadores não é a de abster-se diante de um ataque do imperialismo. Numa luta entre desiguais, abster-se significa fortalecer o lado mais forte. Não há neutralidade possível diante da luta de classes.

Sua não ruptura com o governo se fez sentir já na madrugada do dia 7, na votação sobre a cobrança dos inativos. Os oito deputados disseram sim à taxação dos aposentados e garantiram uma vitória importante do governo e do FMI.

Os radicais Babá, Luciana Genro e João Fontes se mantiveram fiéis aos trabalhadores. A senadora Heloísa Helena afirmou que suas digitais não estarão nesta história. A abstenção dos oito deputados e posterior voto sim nos destaques não tirou suas digitais deste ataque à classe trabalhadora.

Post author João Ricardo Soares,
da redação
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