No primeiro turno, o P-SOL fez um papelão, apoiando várias candidaturas governistas (como Jandira Feghali, do PCdoB no Rio de Janeiro e Regis Cavalcante do PPS em Maceió) ou diretamente da direita (como o PTC, partido que já foi de Collor e Pitta, em Goiânia). Em outras cidades do país, o P-SOL defendeu o voto nulo, quando havia a alternativa de votar nas candidaturas do PSTU (ou mesmo do PCO), reforçando indiretamente as candidaturas da direita.

E agora, no segundo turno, o que vai fazer o P-SOL? Queremos chamar os companheiros a uma campanha unificada pelo voto nulo. Em vários locais do país existem militantes deste partido que possuem esta posição.

Em Fortaleza, no entanto, o P-SOL orienta o apoio à candidatura de Luizianne Lins (PT), sem qualquer tipo de crítica. A candidata teve o mérito, no primeiro turno, de se impor contra a vontade da direção do PT. Mas não se diferenciou em nada do governo, sempre em busca de seu apoio. Agora, no segundo turno, Luizianne é a candidata do PT, do governo Lula, do PDT, do PPS, de um setor do PMDB… e do P-SOL.

PMDB em Goiânia

Os militantes do P-SOL devem repudiar a atitude de seu partido em Goiânia, que através de sua maior figura pública, Elias Vaz, na prática apoía Íris Rezende, do PMDB.

Elias Vaz foi eleito vereador na coligação com o PTC, que agora está apoiando Íris Rezende. Atualmente, Elias é o presidente da Cootego e do Sintrago (Cooperativa e Sindicato do Transporte Alternativo) cujos microônibus carregam cabos eleitorais da campanha de Íris para cima e para baixo na cidade. Uma reunião entre o Sintrago e Íris Rezende, na sede da Igreja Sara Nossa Terra, onde a maioria absoluta dos perueiros aplaudiam com adesivos no peito e bandeiras na mão o candidato Íris Rezende, foi noticiada assim pelo jornal Diário da Manhã no dia 16 de outubro:

“De acordo com o presidente do Sintrago, o vereador reeleito Elias Vaz (PV), o apoio formal do movimento a qualquer candidato está condicionado ao comprometimento com o retorno do transporte alternativo. ‘Queremos um compromisso claro. Inclusive queremos que seja colocado no horário eleitoral que o transporte alternativo vai voltar’, disse. O vereador destaca que embora seja grande a possibilidade de o movimento apoiar Íris, ele irá permanecer isento e anular seu voto. ‘Estou aqui como dirigente de sindicato. Não como vereador’”.

Logo após a reunião, o programa de TV de Íris Rezende já falava do transporte alternativo. A manobra é clara: Elias negociou o apoio de sua base social a um candidato da direita, enquanto – para livrar sua cara nacionalmente – formalmente fala em voto nulo.

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