A “reforma” da Previdência atesta a falência do PT como um instrumento de luta da classe trabalhadora e de transformação social no país.

Os acontecimentos que antecederam e acompanharam a votação em primeiro turno da PEC-40 no Congresso demonstram, de forma categórica, que esse governo e esse partido, para atender o FMI e a burguesia brasileira, estão dispostos a atacar duramente a classe trabalhadora.

Quem esteve na Marcha dos servidores em Brasília no último dia 6, pode atestar a ruptura de todo um setor social com o governo e o PT. E o funcionalismo não é qualquer setor social: é uma parte da classe trabalhadora, que tem enorme tradição de luta e foi historicamente uma base social de massas fundamental na criação e consolidação do PT. Foi também, nestes anos todos, um bastião de vanguarda dos trabalhadores na luta contra o neoliberalismo e FHC.

Agora, o PT no governo, não apenas ataca seus direitos em benefício dos banqueiros, como tenta derrotar e desmoralizar sua capacidade de luta e organização.
O sentimento dos servidores é de ódio ao governo e ao PT, com quem estão rompendo em massa. “Você pagou com traição, a quem sempre lhe deu a mão”, cantam eles, sem parar.

O governo Lula e o PT fizeram uma opção contra a classe trabalhadora. O “new PT” defende a “ordem” da burguesia, assume os pressupostos do Consenso de Washington II, do FMI e Banco Mundial, apóia a Alca e compõe um governo de aliança com o latifúndio, o grande empresariado e os banqueiros.

A bandeira da transformação social – das reivindicações imediatas e históricas da classe trabalhadora – é empunhada hoje pelos servidores em greve, trabalhadores e setores populares em luta.

A greve dos servidores públicos tem hoje um significado histórico. Todos os que estão na luta dos servidores contra a privatização, o FMI e o governo devem se unir e criar um Movimento por um Novo Partido, que possa ser um instrumento de transformação social no país.

Aos radicais do PT – que estiveram do lado de cá da barricada e contam com toda nossa solidariedade contra a perseguição que estão sofrendo – queremos dizer que é chegada a hora de romper com o PT e forjarmos unitariamente um Movimento por um Novo Partido, que una todos os lutadores e a esquerda.

Seguir no PT depois dessa “reforma” seria um grave erro. Pois, significa legitimar esse partido e suas medidas e atrasar a construção de uma alternativa de esquerda ao governo, que afirme um projeto antiimperialista, de classe e socialista.
A manifestação de Brasília demonstrou o quão importante é afirmar uma oposição de esquerda ao governo para manter intacta a moral dos trabalhadores e, sobretudo, não deixá-la à mercê da direita.

Seria igualmente errado romper com o PT, mas buscar formar um pólo ou uma organização apenas com petistas descontentes. A presença dos radicais num Movimento unitário por um Novo Partido é fundamental. A divisão da esquerda geraria dispersão dos socialistas e lutadores.

É hora de, juntos, construirmos um Movimento por um Novo Partido que una todos os lutadores (sem partido, radicais do PT, PSTU, ativistas dos movimentos sociais) para que possamos lutar por uma alternativa militante e de massas para os trabalhadores brasileiros.

Post author José Maria de Almeida,
Presidente Nacional do PSTU
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