Conlutas discute possibilidade de unificar as lutas num grande dia de mobilização, proposto para 30 de março. É hora de ir às ruas não só contra as demissões, mas também contra a redução de salários e direitos, exigindo a redução da jornada para combater A gravidade da crise econômica que se abate sobre o país e as demissões em massa apontam as mobilizações como única saída para os trabalhadores. É necessário, mais do que nunca, dar uma resposta política nacional à ofensiva dos patrões sobre direitos, salários e empregos.

Se os trabalhadores da indústria já sentem os efeitos da crise, em 2009 as demais categorias também irão amargar os efeitos da recessão. Os servidores públicos, por exemplo, têm seu reajuste ameaçado pelo governo. Usando como desculpa a queda na arrecadação, ele quer descumprir os acordos feitos no ano passado, agravando o arrocho no setor.

A luta na Embraer vem se tornando referência nacional. É necessário, porém, unificar as mobilizações. Um passo importante poderá ser dado no dia 30 de março. A proposta é realizar nessa data uma jornada nacional contra as demissões.

Importante passo para a unidade
A Conlutas impulsionou a convocação do dia 1º de abril como dia nacional de luta contra as demissões e a retirada de direitos, chamando a mais ampla unidade nas mobilizações. Setores como a CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil) haviam aderido à convocação, mas a CUT, lamentavelmente, adotou uma política divisionista e passou a convocar o 27 de março como dia de luta.

Felizmente, a pressão de vários setores sobre a CUT fez a central recuar e aceitar um dia unitário, 30 de março. Tem havido um esforço por parte da Conlutas e de outros setores para transferir a mobilização do dia 1º de abril para outra data, buscando a unidade do movimento. A Conlutas está realizando uma consulta às entidades filiadas sobre o tema e deve decidir a data na reunião nacional, que ocorre nos dias 21 e 22 de março.

Assim, caso se confirme a data, o próximo dia 30 será um dia nacional de luta, sendo também um importante passo para a unificação das mobilizações, ainda que existam enormes diferenças políticas e de método entre esses setores.

Disputa de projetos
Uma dessas diferenças é o que fazer diante da crise. Enquanto CUT e Força Sindical defendem, abertamente ou não, a flexibilização dos direitos e salários como saída para a crise e as demissões, a Conlutas está a favor da redução da jornada de trabalho, sem redução de salários ou direitos, como única forma de manter os empregos diante da redução da produção.

Outra importante diferença é a atitude da CUT e da Força em relação ao governo. Essas burocracias sindicais apoiam o governo federal e vão fazer de tudo para que as mobilizações não se enfrentem com Lula. Isso significa que a jornada de luta unificada pode ser um passo fundamental na luta contra as demissões, mas representa também uma disputa de projetos.

Estabilidade no emprego já!
A Conlutas vai às ruas para continuar exigindo de Lula a estabilidade imediata no emprego. Desde o início da crise, a entidade vem cobrando do governo a edição de uma medida provisória decretando a estabilidade no emprego, mas infelizmente, até agora, Lula está do lado dos banqueiros e empresários.

Ao contrário da CUT e da Força, a Conlutas não vai pedir mais subsídios às empresas para não demitirem. Ao contrário, vai exigir a estatização das que fizerem cortes.
A luta dos trabalhadores da Embraer, nesse sentido, tem uma enorme importância. É preciso que, nacionalmente, estudantes, operários, servidores e demais categorias levem sua solidariedade a essa luta, cujos desdobramentos se refletirão em todos os setores.

É hora de os trabalhadores darem o troco. É importante que as categorias realizem assembleia para decidir o tipo de ação que será feita no dia unificado de lutas.

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