A campanha acabou, os debates se foram, não há comícios. Não é mais preciso prometer o impossível, como acabar com a miséria. Não é necessário esconder os planos impopulares. Não precisa mais ganhar votos. A eleição foi vencida.

Agora se fala abertamente em reviver a CPMF, que não foi tema da eleição. Durante a campanha, ao contrário, se falava em reduzir impostos. Um novo salário mínimo com um reajuste ainda mais mínimo está em discussão. Os bastidores revelam plano de uma nova reforma da Previdência, para aumentar a idade da aposentadoria. Na campanha, a candidata falava da proteção aos idosos.

A hora é de preparar o novo governo. E de apostar na falta de memória do povo. Mas existe um probleminha: a Europa sinaliza tempos de rebeldia.
A burguesia olha para a França, para a Grécia. Entende que é hora de se preparar para a crise e de reduzir os gastos para voltar a ter superávit fiscal e “atrair os investimentos”.

Os ativistas miram o exemplo europeu. E aprendem que lutar é possível contra governos de direita como os de Sarkozy (França) e Berlusconi (Itália). E contra os governos “de esquerda” como os de Zapatero (Espanha) e Papandreu (Grécia).
Aprendem também que é possível vencer. Mas para isso será necessário passar por cima das burocracias sindicais, que travam todas as lutas para preservar os governos. Ou para desviar tudo para as próximas eleições.

Os trabalhadores que votaram em Dilma têm grandes expectativas. Acham que ela é uma aliada. Vão ter de viver sua própria experiência com ela. E ver que “a noite esfriou, o dia não veio, o bonde não veio, o riso não veio, não veio a utopia, e tudo acabou, e tudo fugiu, e tudo mofou. E agora, José?”
O PSTU alertou para isso durante as eleições. E agora faz uma primeira exigência ao novo governo eleito: não faça uma nova reforma da Previdência. Os trabalhadores merecem respeito.

O PSTU chama todo o movimento sindical, as entidades de aposentados e os movimentos sociais a preparar unitariamente uma luta contra uma mais que provável reforma.

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