Em greve há quatro dias, os petroleiros das bases da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) viram neste domingo (1) a luta contra a venda de ativos e por um ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) digno ser fortalecida. Isso porque, aos poucos, os sindicatos que integram a FUP começam a aderir ao movimento iniciado pelos sindipetros Litoral Paulista, São José dos Campos, Rio de Janeiro, Alagoas/Sergipe e Pará/Amazonas/Maranhão/Amapá. Com isso, se desenha uma forte greve nacional unificada, inclusive com a produção das unidades sendo afetada.

Bases da FNP
No Litoral Paulista, a mobilização segue forte com todas as unidades operacionais em greve neste fim de semana. Destaque para os trabalhadores da UTGCA, em Caraguatatuba (SP), que demonstram total solidariedade na luta. Desde o início da greve permanecem durante todos os dias ao lado dos dirigentes no piquete em frente à unidade.

Nas plataformas de Merluza e Mexilhão, na Bacia de Santos, os operadores montaram comissões que estão decidindo quais serviços são feitos. O critério usado tem sido autorizar apenas tarefas fundamentais para segurança e habitabilidade. Em Mexilhão, onde a unidade está atualmente em parada, a greve já está gerando impactos. A parada foi antecipada também por conta do forte movimento da UTGCA, que vem afetando o processo de produção da unidade.

Na base do Sindipetro-PA/AM/MA/AP, desde quinta-feira a Província Petrolífera de Urucu (Amazonas) iniciou o processo de redução de produção. Além disso, na Transpetro Belém (PA) com 100% nos turnos. Neste domingo, os trabalhadores da Fafen Sergipe (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenado), em Pedra Branca, município de Laranjeiras, do turno das 07h e das 15h, decidiram em assembleia não entrar para trabalhar. Como forma de intimidar os trabalhadores, a empresa acionou a Polícia Militar.

Em São José dos Campos, a greve segue sendo aprovada neste domingo pelos grupos de turno. Nos turnos das 7 e 15 horas foram realizados os cortes de rendição. Na base do Sindipetro-RJ, segue a greve no TABG Terminal Aquaviário da Baía de Guanabara.

Bases da FUP
A todo momento, chega informações de novas bases da FUP aderindo à greve iniciada pela FNP. Na Bacia de Campos, base do Sindipetro-NF, a informação é de que 13 plataformas da Bacia de Campos já confirmaram a parada completa ou a redução da produção ao mínimo necessário à segurança e habitabilidade. Outras plataformas estão em fase de parada e a expectativa é a de que este número de unidades participantes aumente ainda hoje.

Em São Paulo, o domingo começou com greve na RECAP e REPLAN com 100% de adesão. Na Reman, em Manaus, houve corte de rendição com adesão de 90% dos trabalhadores e 100% nos Terminais Aquaviários de Coari e Solimões. Na Bahia, as unidades da RLAM, Fafen e Terminal da Transpetro em Madre Deus, o corte de rendição foi iniciado às 15h, com adesão de 60% dos trabalhadores de turno.

No estado do Ceará estão paralisadas 13 unidades operacionais da Petrobrás. Segundo o sindicato, até o momento apenas 32% da produção de óleo e 37% da produção de gás estão em funcionamento. No Rio Grande do Norte, a greve foi deflagrada no Pólo de Guamaré, em todas as plataformas marítimas e na Usina Termoelétrica Açu.

Em Pernambuco, os trabalhadores do Terminal da Transpetro em Suape e da Refinaria Abreu e Lima fizeram corte total de rendição na unidade. No terminal, houve o impedimento do carregamento de bunker que abastece as térmicas da unidade. Na Usina Termoelétrica Luiz Carlos Prestes Três Lagoas (MS), os trabalhadores também aderiram à greve.

Na Refinaria Duque de Caxias (REDUC), também houve corte de 100% da rendição, assim como no Terminal Campos Elíseos. No Espírito Santo, nas Unidades de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC) e UTG-Sul a greve teve adesão de 100% dos trabalhadores.

No Rio Grande do Sul houve corte de rendição na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Terminal da Transpetro Sepé Tiaraju e Rio Grande. Nas unidades operacionais de Minas Gerais e Paraná, os cortes de rendição começarão a partir das 23h.

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