Em época de eleições, existem dois mundos diferentes, um real e outro inventado nas campanhas eleitorais.

No mundo real, o crescimento econômico não produz nenhuma mudança de qualidade nem para o emprego, nem para os salários. A política econômica do governo, apoiada tanto pelo PT como pelo PSDB e pelo PFL, não traz frutos reais para os trabalhadores.

No mundo real, a greve bancária se aproxima de um mês de duração, a maior da história, enfrentando a intransigência dos banqueiros e do governo e passando por cima das direções pelegas da CUT. O espetáculo do futebol no Haiti se transformou na repressão pura e dura das tropas brasileiras às mobilizações populares. Sobre nenhum desses temas os candidatos para o segundo turno, sejam da base aliada do governo, sejam da oposição de direita, expressam uma opinião na TV.

No mundo da fantasia da campanha eleitoral, tanto o PT como a oposição de direita vão resolver todos os problemas sociais em suas cidades, bastando que se vote neles. Dizem exatamente o que os marqueteiros lhes indicam que o eleitor quer ouvir, sem qualquer compromisso com a verdade.

Dois mundos distintos, que parecem não ter nenhuma relação entre eles. Mas têm: as invenções, as mentiras da campanha eleitoral servem para que se vote nos candidatos comprometidos com a manutenção do mundo real exatamente como ele está.

Não se pode esperar nada das eleições. Os trabalhadores e a juventude devem acreditar somente em suas lutas. E, para isso, é necessário encarar a necessidade de construir uma nova direção, alternativa à CUT e à UNE, entidades que se tornaram braços do governo no movimento de massas. No caso da greve bancária, a CUT está defendendo as direções do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal e os banqueiros contra os bancários.

Vamos realizar Encontros Sindicais estaduais que expressem a luta dos bancários, do funcionalismo público federal, de todas a categorias. Vamos realizar Encontros da Juventude também em todos os estados, para levar adiante a luta contra a reforma Universitária e contra UNE, também uma entidade chapa branca.

Estamos preparando uma marcha contra a reforma universitária a Brasília, no dia 25 de novembro, e um grande Encontro Nacional da Conlutas no Fórum Social Mundial, em janeiro de 2005, em Porto Alegre (RS).

Em relação às eleições, os trabalhadores, a juventude, os setores em luta devem olhar criticamente a sua volta. Tirar as conclusões das eleições passadas, de suas ilusões e as frustrações posteriores. E negar o mundo do fantasia das campanhas, votando nulo no segundo turno.

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