O Partido dos Trabalhadores (PT) – seção paraguaia da LIT-QI – rejeita categoricamente a vergonhosa nomeação, pela Entidade Binacional Yacyretá, de Anjo Pompeyo Maidana Lugo, sobrinho do Presidente eleito Fernando Lugo, e de Carlos Alberto Franco Gómez, irmão do vice-presidente eleito, Federico Franco

O próprio Diretor paraguaio de Yacyretá, Paul Sarubbi, reconheceu à imprensa que inventou o cargo – correspondente ao status jurídico da categoria H6 do funcionalismo paraguaio – para o sobrinho de Fernando Lugo, supostamente convencido de que se tratava de um “enviado” da Aliança Patriótica para a Mudança (APC, na sigla em castelhano). O sobrinho do presidente eleito foi então nomeado como alto funcionário da Área de Meio-Ambiente, com um salário que oscila entre os 18 milhões de guaranis.

Sua única “experiência” em trabalho ambiental é ter sido “diretor de projetos” de uma fundação familiar dos Lugo, denominada “Petrus”, encabeçada por Pompeyo Lugo – irmão do presidente eleito – onde figuram outros sete Lugo, entre eles o próprio Fernando Lugo, que ocupa o cargo de “assessor espiritual e ecumênico”.

Perante todos estes fatos, Pompeyo Lugo afirmou que seu sobrinho deveria ganhar inclusive o dobro ou o triplo. O irmão de Franco renunciou, tentando acalmar um pouco as águas.

Em meio a tudo isso, a imprensa publicou outro caso que afeta o “clã” dos Franco. Julio César Franco Vergara, filho do conhecido político liberal Julio César “Yoyito” Franco, e sobrinho do vice-presidente eleito, foi nomeado à Secretaria de Ação Social – subordinada esta à Presidência da República – com um salário que oscila entre os 3 milhões de guaranis.

Lugo sabia
Evidentemente, os liberais “fazem gala” de suas tradicionais práticas corruptas. Isto, sem dúvida, se potencializará muito mais agora que são governo. Mas Fernando Lugo não está isento de responsabilidade, é impossível que não tenha tido conhecimento destes casos, como afirmam alguns com o fim de salvá-lo das críticas.

APC é mais do mesmo
O PT paraguaio denuncia todos estes fatos como evidentes casos de nepotismo e tráfico de influência. Constituem verdadeiros escândalos e demonstram que a APC significa mais do mesmo. Os discursos eleitorais, que criticavam os “coloridos” e que sustentavam que combateriam o clientelismo, o nepotismo e a corrupção caem por terra, pois salta à vista que a APC terá a mesma forma de governar.

Chamamos a todas as organizações sociais, camponesas, populares e à esquerda em geral a rejeitar categoricamente estes fatos. Digamos um basta ao nepotismo e ao “amiguismo”!

Levantamos muito alto a bandeira de Concurso Públicos – de méritos e aptidões – para nomear os funcionários públicos, para que sejam a capacidade e a vontade de servir ao povo as qualidades que sobressaiam e não o nefasto clientelismo. Esta é uma questão democrática elementar pela qual deve lutar toda a classe trabalhadora do campo e a cidade.

Assunção, 10 de junho de 2008