Secretaria de Negras e Negros do PSTU

Secretaria Nacional de Negras e Negros do PSTU

Neste14 de março de 2020 completam-se dois anos do assassinato de Marielle Franco, vereadora do PSOL do Rio de Janeiro e seu motorista, Anderson Gomes. Em março do ano passado foram presos os ex-policiais militares, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, responsáveis pela brutal execução. Ambos os assassinos irão a júri popular.

No entanto, uma pergunta ainda permanece sem respostas: quem mandou matar Marielle e Anderson?

Quem mandou matar?

Marielle e Anderson Gomes foram assassinados quando a cidade do Rio de Janeiro sofria uma Intervenção do Exército ordenada pelo então presidente Michel Temer (MDB) e comandada pelo General Walter Braga Netto. O estado do Rio de Janeiro era governado por Pezão (MDB), posteriormente preso por corrupção.

De lá pra cá, as investigações ainda não foram concluídas, mas apontaram novos rumos: a milícia e a família Bolsonaro.

O ex-PM, Ronnie Lessa era vizinho de Bolsonaro, no Vivendas da Barra, um luxuoso condomínio na Barra da Tijuca. E, no final do ano passado, a Polícia Civil do Rio de Janeiro descobriu que, horas antes do assassinato de Marielle e Anderson, Élcio Queiroz foi se encontrar com Ronnie Lessa nesse mesmo condomínio e quem teria autorizado a sua entrada teria sido ninguém menos que Jair Bolsonaro. Apesar do posterior desmentido do porteiro do condomínio, após ameaça de Sérgio Moro e da Polícia Federal, o caso permanece bastante nebuloso.

Élcio Queiroz e Ronnie Lessa integravam a milícia Escritório do Crime”, chefiada por Adriano da Nóbrega, ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE). Adriano da Nóbrega foi homenageado por Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Estado Rio de Janeiro (ALERJ) e sua mãe e esposa eram empregadas no gabinete de Flávio Bolsonaro, quando era deputado estadual.

Em fevereiro deste ano, Adriano da Nóbrega foi morto num sítio no interior da Bahia, numa controversa operação da Polícia Militar da Bahia. Semanas antes, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, publicou uma lista dos criminosos mais procurados do país, mas deixou de fora o miliciano, se comportando como um verdadeiro serviçal togado de Bolsonaro. A prisão de Adriano poderia ajudar a desvendar a identidade dos verdadeiros mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.

Já o General Walter Braga Netto, responsável pela intervenção militar no Rio de Janeiro, foi nomeado por Jair Bolsonaro, no mês passado, para assumir o Ministério da Casa-Civil. Curiosamente, sob o comando de Braga Netto, durante a Intervenção Militar, as Forças Armadas atuaram em favelas controladas por facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas, mas não atuaram em nenhum território controlado pelas milícias.

Por isso, em memória de Marielle, Anderson e de todos os negros e trabalhadores assassinados devemos exigir: Fora Bolsonaro!