Lançamento no Cine Odeon, na Cinelândia
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O Cine Odeon viveu uma noite memorável, na pré-estreia do filme “O petróleo tem que ser nosso – última fronteira”, na quinta, 30/7. Gente de todas as idades se acotovelava na entrada do mais tradicional cinema carioca, disputando um lugar na platéia e nas galerias. Durante a exibição, em vários momentos os expectadores explodiram em aplausos. Muitos ficaram de fora e terão que aguardar as reapresentações.

Nem a chuva fria nem o vento cortante impediram que, dos bairros próximos e distantes e dos municípios vizinhos, acorressem homens e mulheres, jovens e velhos, brasileiros e brasileiras interessados não só em assistir ao filme, dirigido por Peter Cordenonsi. Ao final da sessão, a disposição da maioria era arregaçar as mangas, montar um comitê, encomendar cartilhas: “quando vai passar de novo? Posso levar uma cópia para a minha comunidade/sindicato/associação?”

Essas eram as perguntas mais freqüentes. Dentre as cerca de 800 pessoas que se espremiam dentro e fora da sala de projeção, havia um entusiasmo contagiante, que coloca para os organizadores da campanha o desafio de dar conta das demandas que já se apresentam.

Ainda não eram 18h30, horário em que estava prevista a apresentação do Coral do Sindipetro-RJ, regido pela maestrina Luciane Antunes, quando os portais do cinema tiveram que ser abertos. Os ansiosos expectadores já não cabiam na sala de espera. Alguns começavam a sentir-se mal.

A programação começa. Na abertura, o coral interpreta “Aluga-se”, de Raul Seixas, com um solo de Maíra Santafé, funcionária do sindicato. Antes do segundo número – “Vamos à Luta”, de Gonzaguinha – Maíra cita versos de Cazuza que anunciam em que direção o evento vai seguir: “Grande pátria… em nenhum instante eu vou te trair”.

Depois, o filme. A platéia se emociona. Um sentimento de brasilidade parece despertar. Quando as luzes se acendem, o sorriso de aprovação e o brilho nos olhos de tantas pessoas revela que foram tomadas pela magia do cinema.

Mas a dose de emoção ainda não estava completa. Sobem ao palco, para receber uma homenagem especial, três veteranos da Campanha O Petróleo é Nosso, a mesma que garantiu a criação da Petrobrás e da Lei 2004/53: o petroleiro e diretor do Sindipetro-RJ Schopke, o advogado Modesto da Silveira e a “musa” da campanha em 1940-50, a médica Maria Augusta Tibiriçá que, aos 93 anos de idade, declarou, sob aplausos: “enquanto tiver força e lucidez, continuarei lutando para que as riquezas do país sejam revertidas em favor do povo brasileiro”. Tibiriçá é a grande estrela do filme. Ninguém consegue ficar indiferente quando ela ergue os braços e canta trechos do Hino da Independência, deixando claro que os brasileiros têm disposição para livrar o país e seu povo do jugo do imperialismo e da miséria.

No encerramento, Maria Augusta Tibiriçá, o professor e ex-diretor da Petrobrás, Ildo Sauer, os representantes do Sindipetro-RJ, da Aepet e do MST – respectivamente Emanuel Cancella, Fernando Siqueira e Marcelo Durão – fazem uma saudação, seguidos de uma breve intervenção de representantes do PDT, PSTU, PSOL, PT, PCB, PCBR, além de algumas das dezenas de entidades já integradas à campanha, como a FIST, o MTD, representações estudantis.

O filme e a cartilha parecem ter cumprido o seu papel, impulsionando todos os presentes à participação na campanha contra a privatização do petróleo e gás. Dando prosseguimento às atividades, representantes do Fórum contra a Privatização do Petróleo e Gás/RJ se reúnem na próxima terça, 4/8. Na quarta, 5, o Comitê Operativo Nacional tem encontro em São Paulo, para definir a data de um curso de formação de formadores, dentre outras pautas.