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Central Sindical e Popular

CSP-Conlutas

Universidades de todo o país estão mobilizadas contra o “Future-se”, programa do Ministério da Educação (MEC) que prevê a entrega das universidades e institutos federais a organizações sociais (OS) – em outras palavras, empresas. Essa transformação que pode custar muito caro aos docentes.

Contra essa medida, nesta segunda-feira (2), alunos e professores e técnicos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) decidiram em assembleia, com a presença de mais de 4 mil pessoas, rejeição ao Future-se. Na assembleia também foi aprovado o cancelamento do vestibular, decisão que será submetida e discutida no Conselho Universitário. Na pauta, estavam também as dificuldades da UFSC por causa do bloqueio do orçamento feito pelo Governo Federal. Sobre esse tema, os estudantes aprovaram estado de greve.

Future-se é retrocesso
O Future-se é um projeto do governo que responsabiliza as instituições de ensino pelas capitalizações de recursos, com isso, o Estado é abonado da responsabilidade. Esse projeto incentiva ainda afastamento dos estudantes do desenvolvimento da pesquisa básica.

O projeto planeja e a captação de recursos próprios pelas universidades. O plano prevê uma aproximação maior entre a universidade e o setor privado. Tais determinações buscam uma educação mercantilizada, privatizada e que seja considerada um “serviço” e não um bem social.

Essa medida compõe um conjunto de contrarreformas na educação superior na América Latina a partir das determinações dos internacionais, como Banco Mundial (BM), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Organização Mundial do Comércio (OMC).

Um dos principais retrocessos é a perda da autonomia científica. Por mais que os projetos de pesquisa tenham grande relevância social, as empresas poderão simplesmente ignorá-los caso não vejam algum potencial de lucro.

Com relação aos direitos e às condições de trabalho, o cenário também não é animador: o Future-se prevê a contratação de docentes via empresas, ou seja, com menos direitos e sem uma carreira minimamente definida.

Além de diferenciação de salários e de direitos entre os professores, o programa vai promover a descaracterização da dedicação exclusiva.

Pautado em modelos mercadológicos de educação, o Future-se vai estimular ainda mais a competição entre os docentes, que ficarão responsáveis pela captação de recursos.

Professores deverão ser “empreendedores” que disputam com os seus iguais os recursos de empresas. Como resultado, as áreas do saber terão um desenvolvimento desigual, ditado pelos interesses do mercado.

Por que dizer não ao Future-se?
O Andes- Sindicato Nacional (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), filiado à CSP-Conlutas, lançou um material com 20 motivos para rejeitar esse projeto.

Confira aqui o material