A ideologia populista demonstrou que não tinha base material. Fundou-se em uma perspectiva pequeno-burguesa, iludida com as “possibilidades” do Estado burguês. Nos embates político-ideológicos contra o projeto imperialista ficou clara, entre a década de 1950 e início de 1960, sua debilidade e desestruturação política: o suicídio de Getúlio Vargas, a vacilação política e ideológica de João Goulart e, por fim, o radicalismo brizolista através de grupos nacionalistas foquistas armados, depois do golpe militar.

Para sua sobrevida, Brizola apoiou-se em forças políticas conservadoras. Na convenção pedetista, em 1989, quando se candidatou às eleições presidenciais, afirmou: “Não tenho medo de alianças, de apoios que venham da direita ou da esquerda”. Manteve, no entanto, a retórica populista tendo como alvo os anseios das “massas” e de setores descontentes das camadas médias assalariadas e proprietárias. Um texto do horário eleitoral gratuito dizia o seguinte: “Em Brizola só cabe um rótulo, o de defensor implacável do povo humilde. É o candidato dos injustiçados, dos favelados, da classe média”.
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