CPI mostra que dívida não só continua existindo, como também aumentouUm mito foi amplamente divulgado durante o governo Lula. Trata-se da farsa de que o Brasil teria pagado a dívida externa com o Fundo Monetário Internacional. Na verdade a história é bem diferente. A dívida, não só continua existindo como aumentou, para 284 bilhões de dólares em maio.

Nos últimos anos o governo aumentou as chamadas “reservas internacionais”, montante de recursos do governo, poupado em dólar, para garantir, caso necessário, o pagamento da dívida externa. Essas reservas somam, atualmente, um valor semelhante ao da dívida externa, e é isso que permite ao governo dizer que “pagou” a dívida”.
Na verdade, trata-se de um negócio desfavorável ao Brasil. Para bancar essas reservas, o governo comprou dólares, trocando a dívida externa pela dívida interna. Conseguiu dólares que estão investidos em títulos norte-americanos, rendendo 1 ou 2% ao ano. E tem que pagar a dívida interna, com os juros pagos no Brasil, que são os maiores do mundo, cerca de 19,5% ao ano.

As reservas internacionais não “preservam” o Brasil de nenhuma crise econômica, como diz o governo. Isso porque os investimentos especulativos no país são muito superiores às reservas. Ou seja, caso ocorra uma fuga de capitais essas reservas podem se reduzir a pó num piscar de olhos.

Raposas cuidam dogalinheiro
Uma das mais contundentes revelações feitas pela CPI da Dívida mostra que o Banco Central realiza uma reunião com “convidados” antes de definir as taxas de juros.

Classificados como “analistas independentes” pelo BC, as reuniões congregam representantes “nada independentes” dos segmentos diretamente interessados nas altas taxas de juros. A CPI revelou que essas reuniões são formadas por representantes dos bancos (51%), gestores de ativos como os títulos da dívida pública (35%) e consultores financeiros (8%). Ou seja, quem define a taxação dos juros são exatamente aqueles que mais se beneficiarão com seu aumento.

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