A ditadura militar da Guiné, dirigida por Moussa Dadis Camara, ordenou um massacre de civis na última segunda-feira, dia 28. Dezenas de milhares de pessoas reuniram-se no estádio de Conakry, capital, para protagonizar uma manifestação de protesto contra o governo militar. Soldados dispararam de forma indiscriminada contra a multidão.

Segundo informações da imprensa, pelo menos 157 pessoas morreram e mais de 1.250 ficaram feridas. Ativistas dos direitos humanos no país acusavam os militares de terem levado dezenas de corpos para ocultar o crime. Várias mulheres foram brutalmente estupradas por soldados durante a repressão.

“Os soldados estavam violando as mulheres em público”, conta um ativista da oposição, Mouctar Diallon, numa entrevista à Rádio France International. “As mulheres eram despidas à força. Os soldados estavam pondo seus rifles nas vaginas dessas mulheres… vi isso com meus próprios olhos”, acrescentava Diallon.

O ativista também diz que a repressão se estendeu aos bairros da capital. “Os militares estão entrando nos distritos, saqueando propriedades e violando as mulheres. Temos recebido relatórios similares de várias fontes, incluindo fontes policiais e algumas fontes próximas ao exército”, diz.

Trata-se da primeira ação de repressão realizada pelo governo militar desde que assumiu em 2008. Em dezembro do ano passado, após o falecimento do presidente Lansana Conte, uma junta militar aproveitou para dar um golpe de Estado. Os militares anunciaram a suspensão da Constituição, assim como toda atividade política e sindical.

*Com agências