Após serem agredidos e expulsos do plenário do Senado, dois dirigentes sindicais ainda foram detidos pela Polícia Legislativa, durante protesto contra o presidente da Casa, José Sarney, realizado na tarde desse dia 4. Apesar do caráter pacífico e silencioso do protesto, os manifestantes, de máscara, apenas portavam uma faixa dizendo “Fora Sarney”, a Mesa do Senado solicitou à segurança a retirada dos manifestantes.

“Já estávamos de saída e a polícia já chegou batendo, estapeando e empurrando” afirma Vivaldo Moreira, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que ainda foi atingido por um murro nas costas. Ele e Atnágora Lopes, da Secretaria Executiva da Conlutas, ficaram detidos por uma hora e foram obrigados a prestar depoimento na Polícia Legislativa. Os outros manifestantes foram indiciados, mas não permaneceram detidos.

Na própria polícia os manifestantes prestaram queixa contra a agressão gratuita que sofreram. “Apenas abrimos mão do exame de corpo de delito pois isso demandaria muitas horas e precisávamos voltar ainda hoje (dia 4), mas temos fotos e vídeos que mostram claramente a agressão a que fomos vítimas” esclarece Vivaldo.

Histórico de violências
A Polícia do Congresso tem um longo histórico de brutalidades e agressões. Em 2005, em plena crise do mensalão, a polícia reprimiu duramente um protesto de estudantes e professores da UnB, que estavam em greve. O ato ocorreu na Câmara dos Deputados, presidida ainda por Severino Cavalcanti.

Os manifestantes foram espancados e um estudante, detido, quase foi submetido a sessões de tortura por choque elétrico. Ele foi libertado graças à intervenção de alguns deputados justo no momento em que o segurança tirava o distintivo e preparava a máquina de choque.

Mais recentemente, a polícia do Senado agrediu o repórter e humorista do programa CQC, Danilo Gentili, enquanto ele tentava entrevistar José Sarney. Gentili foi derrubado e agredido com socos e pontapés.