Durante a reunião Nacional da Conlutas, no Fórum Social Mundial Temático da Bahia, dirigentes sindicais, do movimento estudantil e popular falaram para o Portal do PSTU sobre as expectativas em relação ao Congresso dos Trabalhadores, que acontecerá em junho deste ano. Segundo Cabral, do Sindicato dos Químicos e Farmacêuticos de São José dos Campos e Região e do grupo Unidos para Lutar, a expectativa é de um debate fraterno: “Sabemos que temos diferenças, mas não queremos que elas não sobreponham a um processo muito maior que é o da construção de uma nova central sindical e popular contra o peleguismo e aqueles que traem a classe trabalhadora”.

A Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (ANEL), que participou dos seminários sobre reorganização sindical em diversas capitais e regiões do país, acredita que a unidade operária, estudantil e popular é importante para o conjunto das lutas no Brasil. “Experiências mostraram que a consolidação da aliança da classe trabalhadora com o movimento estudantil, o movimento de combate às opressões e os movimentos populares numa única organização pode ter conseqüências importantes para o conjunto da luta de classes no país”, comentou Camila Lisboa, da comissão executiva da ANEL.

O Seminário Nacional sobre a reorganização do movimento sindical em novembro do ano passado, que deliberou pela construção do Congresso dos Trabalhadores em junho deste ano, para Penha, do Sepe-RJ, foi um passo vitorioso da classe trabalhadora brasileira. “Eu me senti construindo a CUT lá atrás. Chegamos desanimados, achando que não ia sair nada, mas cada um cedeu um passinho a frente e saiu o congresso pra junho. Agora, nós esperamos e batalhamos para que no meio do ano a unificação aconteça”, disse.

Para Zé Maria, da direção nacional do PSTU, a expectativa é de que o congresso possa firmar a unificação entre a Conlutas, a Intersindical, o MTL, o MTST, a Pastoral Operária e o Movimento Avançando Sindical em uma nova central, mas ao mesmo tempo manter o conteúdo político do projeto que vem sendo cumprido através da Conlutas.

“Queremos manter a estratégia socialista, construir uma organização que reúna todos e todas que queiram lutar contra o capitalismo, dos trabalhadores que estão organizados nos sindicatos, aos movimentos populares, passando pela juventude e os movimentos de luta contra as opressões. Nós queremos que seja uma organização democrática, que funcione em base no critério de democracia operária, na qual, a base deve decidir os rumos da central. A construção do Congresso, portanto, vai exigir um esforço organizativo, financeiro e político muito grande para que não só consolide a unificação, mas também que essa consolidação seja fundada nesse conteúdo construído durante esses anos no interior da Conlutas”, finalizou o dirigente.