Preocupados com a repercussão da ação policial, governador e prefeito buscam negociação com sem-tetoA maioria dos sem-teto presos durante a operação policial na manhã desta quarta-feira está sendo libertada. Entre as centenas de pessoas que foram levadas à delegacia em ônibus da Polícia Militar, estava toda a coordenação da ocupação. A PM do governador Marconi Perillo (PSDB) está mantendo presos todos os que já estavam sendo processados.

A violência da operação policial resultou em dois mortos, vários feridos e dezenas de desaparecidos. O governador, que havia prometido não usar a polícia para a desapropriação do terreno, e o prefeito Íris Resende, que não tomou nenhuma medida para solucionar o problema habitacional, estão sentindo o peso das mortes e da repercussão do caso. Estão sendo responsabilizados por uma ação absurda, que colocou três mil famílias nas ruas e matou trabalhadores que lutavam pelo direito à moradia.

Diante da enorme repercussão do caso na opinião pública de todo o país, o governo estadual e a prefeitura estão finalmente dispostos a negociar. Uma mesa de negociação foi formada, com representantes dos sem-teto, vereadores e deputados, e uma primeira reunião aconteceu no início da noite da sexta-feira, 18. Na segunda, os governantes se reúnem com o proprietário do terreno, para fazer uma proposta de compra.

ATOS – O movimento está preparando grandes atos, principalmente depois que o governador prometeu não atacar a ocupação e acabou matando dois moradores, mostrando que a sua palavra não vale nada. O principal protesto deve acontecer na terça-feira, 22, após a missa de sétimo dia dos dois sem-teto mortos.

Outros atos também estão sendo realizados em todo o país, como o que acontecerá neste sábado, em São José dos Campos, com os moradores da ocupação Pinheirinho e os sindicatos da região. Outro ato acontece nesta sexta, às 17h, na Praça do Operário, em São Brás, no Pará.