Marcas das agressões sofridas por Jean e Mateus

Na última sexta-feira, 10, o que era pra ser mais um dia de campanha democrática para a eleição do Conselho de Administração da Petrobras, terminou em confusão no aeroporto de Cabo Frio, na Região dos Lagos, Rio de Janeiro. De forma inesperada e covarde, o diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), Antônio Alves da Silva (Tonhão), agrediu verbal e fisicamente dois petroleiros militantes do PSTU e membros da Oposição Unificada, Mateus Ribeiro e Jean Michael.

Como tudo aconteceu
Mateus e Jean chegaram cedo ao aeroporto com o intuito de divulgar a campanha de Ézio Aleixo ao CA da Petrobras. Um diretor do sindicato, Vicente, também estava no local fazendo campanha para o seu candidato José Maria Rangel, mas a conversa com os trabalhadores ocorreu normalmente durante toda a manhã. O clima de tranquilidade, no entanto, foi interrompido por uma atitude covarde do dirigente sindical Tonhão.

À tarde, chegaram os diretores conhecidos como Chicão e Tonhão. Por volta das 13h, quando os trabalhadores de PCE-1 e P-65 estavam chegando ao aeroporto, Tonhão se aproximou dos membros da oposição e tentou impor uma regra que previamente não estava estabelecida para a eleição. Disse que só teriam três minutos para falar, enquanto o sindicato falaria o tempo que quisesse. Mateus, prontamente, questionou a proposta. Foi o suficiente para iniciar uma seção de insultos por parte do Tonhão, que os mandou “tomar no **” por diversas vezes.

Jean pediu respeito, mas Tonhão continuou e completou que ali quem mandava era o sindicato, e que eles diriam quem poderia ou não falar. Mateus novamente argumentou que ali era um espaço democrático e que os dois grupos deveriam ter o mesmo tempo. De forma inesperada e desequilibrada, Tonhão falou diversos palavrões e deu um soco no militante do PSTU, iniciando uma confusão. Jean tentou intervir e também foi agredido. As agressões foram repelidas até a chegada da segurança do aeroporto.

Mateus e Jean são membros da Oposição Petroleira do Norte Fluminense e militantes do PSTU em Macaé. Conhecidos e credenciados nas lutas da categoria e da cidade, também foram candidatos nas últimas eleições à Prefeitura e à Câmara dos Vereadores do município respectivamente.

Repudiamos o método do vale-tudo no movimento
Apesar das divergências existentes entre os membros da oposição petroleira e do sindicato ligado à Federação Única dos Petroleiros, composta majoritariamente por militantes do PT, até o momento nenhum episódio como esse tinha sido registrado, nem mesmo na eleição anterior, quando a oposição conquistou 44% dos votos. Essa atitude do diretor demonstra um desespero completo, conhecido como uma política do vale-tudo, utilizada por uma burocracia que pretende se manter no poder a qualquer custo, para impor sua política diante dos trabalhadores, impedir qualquer tipo de questionamento e manter seus privilégios.

Além de vergonhosa, essa atitude deve ser abominada na categoria e entre os trabalhadores. Ainda mais num momento como o que está acontecendo no país, com lutas e mobilizações de rua, demonstrada também na forte greve dos petroleiros em nível nacional em 2013. Todas as forças dos petroleiros e do sindicato deveriam se somar para lutar contra a empresa e o governo que estão retirando direitos e privatizando a Petrobras através dos leilões bilionários contra os quais lutamos.

O PSTU acredita que esse método é estranho ao movimento. Defendemos a democracia operária, em que os trabalhadores devem colocar suas diferenças e decidir, democraticamente, nos seus fóruns e espaços de luta. Agressões desse tipo não fazem parte da moral operária. Por tudo isso, repudiamos essa atitude do diretor e, ainda pior, do sindicato, que prontamente divulgou uma nota caluniosa em seu site, através da qual tentou criminalizar os nossos militantes. Ao invés de investigar e punir o responsável pela agressão, o conjunto da diretoria demonstrou ser cúmplice e tentou se credenciar em cima de mentiras, se utilizando do aparato, que é da categoria e não de um grupo, como tentam estabelecer.

O PSTU tem como princípio a defesa de seus militantes e, assim, reservará o direito, tanto em repressões nas manifestações, quanto por grupos degenerados que se utilizam desse método no movimento.

A resposta, mais do que jurídica, deve ser política
O caso foi registrado na 126ª Delegacia de Polícia de Cabo Frio, e os militantes fizeram exame de Corpo de Delito. No entanto, para além do campo jurídico, o PSTU acredita que a resposta dos trabalhadores deve ser política, repudiando o método de agressão física no movimento e o cerceamento aos direitos de os trabalhadores conhecerem as diversas opiniões. Além disso, exigimos uma resposta do candidato ao CA da Petrobras, José Maria Rangel, e do partido do agressor, o PT.

Mais do que isso, é preciso se organizar ainda mais para lutar contra essa burocracia sindical que tenta se perpetuar no movimento com base na truculência.

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