Relato mostra aumento do repúdio à presença das tropasPela segunda vez, Eduardo Almeida Neto, dirigente do PSTU e editor do jornal Opinião Socialista, viaja ao Haiti. Ele desembarcou nesta quarta, dia 10, e permanece cerca de 10 dias no país ocupado pelas tropas da ONU, conhecendo a realidade da população e as lutas recentes, em defesa do reajuste do salário mínimo e contra a alta dos preços dos alimentos no país.

Desde o início da ocupação, em 2004, a campanha pela retirada das tropas tem sido uma das principais bandeiras do partido Nas eleições de 2010, a campanha pelo fim da ocupação será um dos temas da propaganda do PSTU no rádio e na TV.

Para o PSTU, a missão da ONU, a Minustah, comandada pelo exército brasileiro, não tem um caráter pacificador, como o governo tem apresentado. O partido tem denunciado os interesses em todo no Haiti. O país tornou-se um importante destino para multinacionais e a indústria têxtil, pagando salários miseráveis. Essa exploração é garantida pelas tropas.

RETORNO
Em 2007, Eduardo Almeida esteve no Haiti, em uma caravana de sindicatos ligados à Conlutas. Na ocasião, pôde comprovar a situação do país. Ao pisar novamente em solo haitiano, Eduardo envia suas primeiras impressões e conta que muitas coisas mudaram desde que esteve no Haiti, logo após a visita da seleção brasileira. “Na época, havia certa simpatia pelas tropas. Hoje o sentimento da população é de ódio em relação à ocupação militar. Não houve nenhuma melhora social. Mas as tropas reprimem duramente as mobilizações. Entram nas favelas de Porto Príncipe atirando indiscriminadamente”, relata.

Ao longo da viagem, Eduardo enviará artigos diários, fotos e vídeos.

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