A decisão da justiça é mais uma tentativa de desqualificar a luta pela terra, que envolve a Justiça burguesa, governo do estado, usineiros e a conivência criminosa do governo do PT

A criminalização dos movimentos sociais fez mais uma vítima na semana passada. O coordenador estadual do MST de Pernambuco, Jaime Amorim, teve prisão preventiva decretada no dia 31.

Outros quatro sem-terra – José Bernardo de Sena, Ivaldo Martins da Silva, Severino Herculano da Silva e Vilma Maria Herculano – também foram denunciados. Apenas José Bernardo está preso. Os demais estão sendo procurados.

O grupo é acusado pelos crimes de formação de quadrilha, incitação, apologia ao crime e desobediência legal durante a ocupação da usina Estreliana, em novembro. O motivo, segundo a “Justiça”, são as ações contra usineiros e latifundiários da Zona da Mata pernambucana, uma das regiões com mais conflitos agrários no estado.

Advogados do MST pediram o relaxamento da prisão e, na última sexta-feira, cerca de 300 manifestantes realizaram um ato pela revogação. Os mandados de prisão ainda serão expedidos para ser encaminhados à polícia.

Perseguição
A fazenda onde está localizada a usina é reivindicada pelos sem-terra há quatro anos. Cerca de 150 famílias do assentamento Margarida Alves lutam pelos 1,8 mil hectares do engenho Pereira Grande. Em novembro de 2005, os agricultores obtiveram uma vitória judicial, mas uma liminar barrou a decisão logo em seguida, causando revolta.

Não é a primeira vez que importantes lideranças da luta pela reforma agrária são perseguidas no governo Lula. Em setembro do ano passado, por exemplo, José Rainha foi preso pela quarta vez no Pontal do Paranapanema.

A prisão de Amorim é mais uma tentativa de desqualificar a luta pela terra, que envolve a Justiça burguesa, o governo do estado, os usineiros e a conivência criminosa do governo do PT. Por isso, deve ser repudiada por todos os ativistas e entidades do país.
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