Felipe Mello é diretor do Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro. Leia abaixo a carta com os motivos da ruptura com o PSOL, que realiza congresso neste final de semana“À coordenação estadual do Movimento Esquerda Socialista,

Venho por meio deste documento apresentar as razões de minha ruptura com o P-SOL e conseqüentemente com o Movimento Esquerda Socialista (MES).

Por perceber que devido ao fato das lutas no país não empurrarem o movimento de massas a um ascenso, infelizmente criou-se um terreno fértil para que grupos do PSOL dentre eles o MES e o MTL abdicassem de um programa de partido constituído para a luta revolucionária, de ruptura com o capitalismo e o imperialismo; com o não pagamento das dívidas externa e interna; de rejeição das reformas neoliberais, ou seja ,um plano econômico anti-capitalista.

Pelo contrário o que observo é um partido (PSOL) pautado em princípios eleitorais e não diretamente compromissado com a revolução; núcleos que não possuem vida orgânica, pois para a maioria das correntes esta não é a maneira mais adequada de construir o partido. Dessa forma o que determina a linha política do partido são as reuniões da direção, ou seja ,a base do partido não participa ,ou pouco participa das decisões referentes a atuação do partido.

Soma-se a isso o fato de que desde sua fundação não houve nenhum congresso.Apesar de marcado para o próximo mês, pouco se pode ver de mudanças à esquerda, pois a maioria das correntes do partido, passam longe em sua essência do leninismo-trotskismo.

Com relação ao MES uma de minhas principais diferenças, é a maneira completamente distinta que vejo o governo Chávez. de acordo com minha opinião este governo não passa de um nacional-desenvolvimentismo de com um leve viés de esquerda, que rompeu com o imperialismo norte-americano apenas nos discursos oportunistas de seu presidente com o suposto socialismo do século XXI, isso sem citar as estatizações pagas com dinheiro do povo venezuelano, os pagamentos antecipados ao FMI e ao banco mundial, etc.

Face aos fatos apresentados acima,deixo o PSOL, agradecendo os companheiros e companheiras com que militei e que foram de suma importância em minha formação enquanto militante, muitos deles grandes revolucionários, no entanto, em organizações com princípios mencheviques o que prevalece é o peso da estrutura parlamentar em detrimento da base configurando o oposto ao centralismo democrático.“

Rio de Janeiro, 02 de junho de 2007

Felipe Mello Campos
Diretor do SEPE Regional I