Defendemos o direito de ser mãe e o direito ao aborto legal, seguro e gratuitoAs mulheres não têm o direito a maternidade plenamente garantido, mas também não tem direito ao aborto. Essa realidade atinge de forma muito diferente as mulheres ricas e as pobres. Quem pode pagar, tem acesso a todos os exames do pré-natal em hospitais de qualidade, pode fazer ultrassonografia de última geração e usufruir todos os recursos que permitem prevenir e identificar doenças da mãe e do bebê.

Para as mulheres pobres tudo isso é negado. Por isso, a defesa de direitos sociais, como o acesso a saúde pública de qualidade, à escola pública desde a primeira infância e a licença a maternidade de seis meses, são fundamentais. Defendemos que a mulher tenha todas as condições de ser mãe, se assim o desejar.

A defesa do direito ao aborto não é o um incentivo ao aborto. O que incentiva o aborto são as condições de pobreza e miséria as qual as mulheres estão submetidas. O aborto deve ser evitado com acesso à educação sexual, distribuição gratuita de contraceptivos, incluindo a pílula do dia seguinte. Mas quando só restar o aborto como alternativa para evitar uma gravidez indesejada, as mulheres devem ter este direito garantido pelo sistema público de saúde.

Não podemos fechar os olhos, pois milhares de mulheres fazem aborto. E quem pode pagar tem acesso a ele em clínicas clandestinas, que cobram um preço alto por este procedimento e lucram com o preconceito e a intolerância. A criminalização do aborto não preserva a vida, ao contrário, coloca em risco a vida de milhões de mulheres pobres que, desesperadas, recorrem a métodos inseguros para ter o direito de decidir sobre o seu corpo e seu futuro.
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