Entrevistamos Sinval, o Sassá, da comissão de fábrica da Volks, sobre a manifestação.

Como foi a paralisação?
Entramos na Volks e ficamos parados. Às 7h40 saímos em passeata para a Anchieta. Lá, a direção do sindicato disse que se fechássemos as duas pistas o sindicato seria multado. Os trabalhadores não quiseram saber e votaram pelo fechamento total da pista.

Por que só agora a direção bloqueou a Anchieta?
A pressão dos trabalhadores é muito grande e a direção foi obrigada a fazer o protesto. Pela direção, ficava só na entrega do contracheque para fazer painéis de denúncia e atos de vanguarda. Isso porque a direção é chapa branca.

Os trabalhadores voltaram satisfeitos do protesto?
Não. Ficaram bravos porque não queriam voltar à fábrica, e com mais raiva quando souberam que os trabalhadores da Scania estavam vindo em passeata nos encontrar, mas já estávamos dentro da fábrica. O pessoal da Scania também ficou com raiva da direção.

O que aconteceu?
É que eles (direção do sindicato) são parceiros da Volks e apóiam o governo, então, não iam defender que a fábrica ficasse parada a manhã inteira, e não queriam desgastar o governo. Os trabalhadores estão desconfiados. O comentário era: “Olha o Tribuna (jornal do sindicato), só mostra as faixas contra o Palocci, as que criticavam o Lula, eles esconderam”.

O governo vai ceder?
Já se fala em corrigir a tabela em 11,32%. Queremos a correção dos 55,3%. Quando é para reduzir o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que favorece os patrões, a direção consegue, mas, para ajudar os trabalhadores, demora a mobilizar. Se na reunião com Palocci não vier nada, vamos continuar pressionando a direção por mais atos e paralisações.

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