Além de acabar com a greve de forma autoritária, sem consulta à categoria, direção do Sinte-PI calunia o partidoHá mais de 80 dias em greve, os trabalhadores em educação do Piauí vêm se confrontando com a política de desmantelamento da educação pública e de arrocho salarial do governo Wilson Martins (PSB). Além de verem sua principal reivindicação, a implantação imediata do piso nacional de educação, ser desrespeitada, os profissionais em educação no Piauí ainda tiveram que ver suas regências sendo retiradas pelos deputados estaduais a pedido do governador.

A última proposta apresentada pelo governo, no sentido de suspender a greve foi a de pagar o piso em quatro parcelas (a primeira seria de 8% em junho, mais duas de 2% em agosto e setembro e a última de 10% em outubro). Tal proposta trouxe uma grande indignação na base da categoria e também na própria direção do Sinte-PI (Sindicato dos trabalhadores em Educação Básica Pública do Piauí).

Porém, com a pressão do governo, que ameçou cortar pontos dos grevistas e não mais conceder o que tinha proposto, o que se viu na semana seguinte à proposta apresentada pelo governo foi um recuo nas falas da presidente do sindicato, Odenir de Jesus.

Nesse dia 15 de maio, a diretoria do Sinte-PI, em um ato de profundo desrespeito e autoritarismo, divulgou na imprensa a suspensão da greve do magistério estadual sem ao menos ouvir a categoria em assembleia, que estava agendada para esse mesmo dia. Ao mesmo tempo em que buscava manobrar a categoria e defender o fim da paralisação, que está mais forte na capital, a direção do Sinte-PI, em suas falas, procurou a todo momento, desferir violentos ataques caluniosos ao PSTU e à CSP-Conlutas, na sua ânsia de fazer passar sua proposta de suspensão da greve.

Diante dessa grande traição por parte da direção governista e pelega do Sinte-PI, a base lançou ovos e cadeiras nos dirigentes dessa entidade. A presidente da entidade, Odenir de Jesus, além de ser atingida pelos ovos, teve que ser escoltada por seguranças privados e pela própria polícia de Wilson Martins.

Em nota divulgada no site da entidade, a diretoria do Sinte-PI (ligada ao PT e ao PSB – partido do governador Wilson Martins) acusa militantes do PSTU e da CSP-Conlutas de causar “tumulto” e promover “agressões físicas” à direção do sindicato durante assembleia geral realizada na manhã do dia 16, que decidiria sobre o fim ou não do movimento grevista que já dura cerca de 80 dias.

Na verdade, como se comprovou, tudo estava praticamente armado pela direção do Sinte: caso não conseguisse acabar a greve, em assembleia geral, o faria dentro da sede do sindicato, sem participação da base. O que de fato aconteceu.

A manifestação espontânea e enfurecida por parte da categoria não pode ser tratada como faz a grande mídia. O PSTU respeita o natural sentimento de indignação manifestado durante a assembleia geral e não criminaliza o movimento grevista pelo fato de a diretoria traidora do Sinte-PI ter saído sob escolta policial. Mesmo assim, desafiamos a direção do Sinte-PI a apresentar provas de que qualquer agressão tenha partido de nossos militantes.

Ao mesmo tempo em que repudia a campanha de calúnias e mentiras, o PSTU conclama todas as entidades classistas e independentes dos governos a se manifestarem contra mais este ato de autoritarismo e manobras da diretoria pelega do Sinte-PI. Todo apoio à luta dos trabalhadores na Educação!