O ritmo de trabalho é infernal dentro das fábricas. A recuperação parcial da economia, da qual o governo tanto faz propaganda, se dá graças a uma superexploração brutal dos trabalhadores.

Os patrões aproveitaram a crise pra demitir. Os que continuaram trabalhando tiveram que realizar as funções de seus colegas demitidos. Agora, contudo, com a recuperação, a produção cresce mais dos que o número de empregos, e os trabalhadores continuaram trabalhando mais para produzir mais.

Essa superexploração é conse­quência direta das ações do governo diante da crise. Ao invés de editar uma lei que proibisse os patrões de demitirem, o governo Lula deu dinheiro aos empresários e isenção de impostos, como foi o caso das montadoras.
Por outro lado, as jornadas extenuantes de trabalho estão aumentando ainda mais as doenças e acidentes. É bom lembrar que essas doenças que atinge a classe trabalhadora são provocadas pela burguesia.

Mas a exploração dos patrões aumenta graças a uma importante colaboração das centrais governistas, CUT e Força Sindical. São elas que junto com as empresas aplicam e defendem o Banco de Horas nas suas bases. Hoje, o Banco de Horas é um dos principais instrumentos de superexploração dos trabalhadores, pois permite que os patrões imponham uma jornada maior sem pagar horas extras.

É preciso dar uma basta a superexploração. Temos que enfrentar os patrões e derrotar o Banco de Horas como fizeram os metalúrgicos da GM de são José dos Campos.
Para acabar com as jornadas alucinantes, propomos a redução imediata da jornada de trabalho para 36 horas, sem diminuição dos salários e direitos. Essa medida ajudaria a combater o desemprego, absorvendo milhões, além de diminuir o tempo de trabalho. Com a redução da jornada também é possível salvar a saúde dos trabalhadores.

Mas para acabar com a superexploração é preciso terminar com o domínio das grandes empresas multinacionais e nacionais sobre a economia. Os patrões fazem a economia girar ao redor de aumentar seus lucros. Um avanço tecnológico, que poderia se transformar em uma diminuição do tempo de trabalho para todos se transforma na demissão de trabalhadores. E mesmo quando não fazem investimento nenhum, eles obrigam os operários a trabalhar mais para aumentar a produção e seus lucros. É preciso estatizar as grandes empresas sob controle dos trabalhadores para que a produção seja utilizada para atender as necessidades da população e não dos lucros de uma pequena minoria.

Post author José Maria de Almeida, pré-candidato do PSTU à Presidência da República
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