Proposta é aumentar tempo de contribuiçãoComo parte dos planos de ajuste fiscal do governo, mais um vez vem à tona a notícia de que o governo Dilma vem preparando uma nova reforma da Previdência. Segundo o jornal Folha de S. Paulo de 25 de fevereiro, o projeto está em estudo nos ministérios da Previdência e do Planejamento. A principal mudança se refere à adoção de uma idade mínima para as aposentadorias integrais (por tempo de contribuição) no setor privado.

Segundo o jornal, “a proposta mais forte hoje é 65 anos de idade para homens e 60 para mulheres, no caso dos segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que atende aos trabalhadores do setor privado”. De acordo com a proposta, para se aposentar o trabalhador teria que somar numa equação os anos em que contribuiu para a Previdência, mais sua idade. O resultado desta soma teria que ser de 85 anos para mulheres e de 95 para os homens.

Por exemplo, um homem para se aposentar teria que ter 60 anos de idade e 35 anos de contribuição para a Previdência Social. O projeto seria elaborado e apresentado em março para Dilma. Em seguida, partiria para votação no Congresso Nacional.
Como Lula fez em 2003, Dilma pensa em aproveitar os primeiros meses de seu governo, quando ainda tem grande prestígio entre a população, para impor esse brutal ataque aos trabalhadores.

Para justificá-lo, a presidente, assim como seus antecessores Lula e FHC, apresenta o suposto déficit da Previdência para cortar mais um direito dos trabalhadores. O déficit é usado como chantagem para reduzir as aposentadorias. Desta forma, pretende-se acabar ou reduzir o máximo possível a previdência pública, deixando os trabalhadores à mercê das aposentadorias privadas, controladas pelos bancos.

A reforma da Previdência de Dilma é parte do plano de austeridade para salvar os capitalistas da crise. Por outro lado, o projeto desmonta a propaganda do governo de que o Brasil está imune à crise mundial. A reforma da Previdência será mais uma tentativa de fazer o trabalhador pagar pelo futuro agravamento da crise econômica.

Os trabalhadores devem se preparar para lutar e derrotar a reforma da Previdência e o ajuste fiscal do governo. No último dia 24, cerca de 300 pessoas se reuniram em Brasília na plenária convocada pela CSP-Conlutas em conjunto com outras organizações como FST (Fórum Sindical de Trabalhadores), Intersindical, Cobap, MTST e várias entidades sindicais e populares (leia na página 16). O assunto foi a necessidade de unificar a luta dos trabalhadores contra os ataques do governo Dilma.

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