Crianças palestinas feridas pelos bombardeios de Israel

É preciso romper as relações com o Estado genocida de Israel e anular todos os acordos comerciais e bélicos

O mundo assiste perplexo a mais um genocídio promovido pelo Estado de Israel contra a população palestina. Desde que o país iniciou uma ofensiva militar contra a Faixa de Gaza no dia 8 de julho, já são mais de 800 palestinos mortos, incluindo 200 crianças. Mais de 90 pessoas morreram só nesse dia 24, um dos mais mortíferos desde que Israel se lançou sobre o território ocupado.

Nessa quinta, uma escola primária no norte de Gaza, Beit Hanoun foi atingida por disparos do exército israelense, num ataque que tirou a vida de 16 crianças palestinas, ferindo mais de 200. A escola funcionava como um refúgio guardado pela ONU à população civil. É a quarta escola da ONU atacada por Israel, mostrando que a justificativa de que a ofensiva militar e a invasão por terra se dariam para combater “extremistas” do Hamas não passa de falácia. Na ânsia assassina do Estado sionista, todos os palestinos são alvos, como mostra um vídeo divulgado na Internet em que um franco atirador israelense abate um civil desarmado que procurava a família em meio aos escombros de sua casa destruída pelos mísseis (veja o vídeo aqui).

Se Gaza já era uma espécie de campo de concentração a céu aberto devido ao bloqueio e toda sorte de restrições impostas por Israel, agora se transforma num verdadeiro abatedouro. A população palestina de Gaza de 1,8 milhão, espremida em apenas 360 km², não tem onde se refugiar dos ataques do Exército e os poucos locais de refúgio são sistematicamente alvejados pelo Exército sionista.

O massacre perpetrado por Israel a Gaza vem provocando uma onda de manifestações de massas não só no mundo árabe, mas em todo o planeta, incluindo Europa e EUA. No próprio território israelense começam a surgir protestos da comunidade judaica contra os ataques.

Governo brasileiro deve romper com Israel
No último dia 23, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou uma nota criticando Israel pelos ataques. A nota afirmava que o “conflito” era “inaceitável”. “Condenamos energicamente o uso desproporcional da força por Israel na Faixa de Gaza, do qual resultou elevado número de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças“, afirma a nota. Além disso, o governo convocou o embaixador brasileiro em Israel para “consultas”, o que em linguagem diplomática demonstra desaprovação em relação a determinado país. O Brasil também votou a favor de investigações sobre “supostos crimes de guerra na Faixa de Gaza” no Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Apesar de o Itamaraty reiteradamente reconhecer o direito de “Israel se defender”, e responsabilizar o Hamas pelos ataques, a resposta do governo israelense foi virulenta. O Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, deu uma declaração ao jornal The Jerusalem Post afirmando que o Brasil, que era um “gigante econômico e cultural, continua a ser um anão diplomático“. Yigal Palmor foi mais ainda mais longe e, no auge de sua arrogância e prepotência, afirmou que “desproporcional” havia sido a goleada de 7 a 1 que o Brasil levou da seleção da Alemanha na Copa do Mundo, mostrando como Israel trata com ironia e deboche o massacre que promove na Palestina.

É inadmissível que, diante do genocídio promovido pelo Estado de Israel, o Brasil continue mantendo relações diplomáticas com esse país e, mais ainda, acordos comerciais como o Tratado de Livre Comércio Israel-Mercosul e acordos de cooperação para tecnologia bélica e de defesa e segurança, como o que mantém desde 2010. Uma grande empresa de armamento israelense, por exemplo, a Elbit Systems, tem contrato com as Forças Armadas brasileiras. Para a Copa do Mundo, o Brasil adquiriu um drone israelense por nada menos que R$ 18 milhões. Recursos que financiam a matança de crianças palestinas.

É preciso exigir do governo brasileiro a ruptura imediata das relações diplomáticas e comerciais com Israel, e a anulação de todos os contratos de defesa e segurança com este Estado genocida.

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