Na última assembléia, os trabalhadores da Volkswagen de São Bernardo do Campo rejeitaram a proposta da Volks: criação da Autovisão, (empresa criada para receber os demitidos da matriz), abertura de um PDV (Plano de Demissão Voluntária) com 15 salários. A rejeição da proposta deu-se porque os trabalhadores foram alertados pelo Ferramenta de Luta, boletim de oposição a atual diretoria (Articulação), de que os trabalhadores têm direito a 45 salários mais R$ 9.632 referente a três PLR (participação nos lucros e resultado). Pois o último acordo garante o emprego dos operários até 2006.

Fruto dessa pressão, no dia 1º de outubro, a Volks fez uma outra proposta: Os 1.923 trabalhadores da fábrica, que tinham recebido aviso de transferência para o Autovisão entram em licença remunerada entre 6 e 11 de outubro. Nesse período, eles poderão decidir se querem ser transferidos para o centro. Aqueles que não aderirem entram em férias coletivas de 30 dias. A proposta prevê ainda um programa de demissão voluntária —que vai até a metade de dezembro — que oferece 20 salários mínimos. É um aumento de cinco salários em relação à oferta anterior.

Fica claro que a nova proposta não cancela as 1.923 cartas enviadas aos operários. O Autovisão continua existindo e os trabalhadores perdem parte dos salários que têm direito com a estabilidade até 2006. Para o Ferramenta de Luta, a direção do sindicato tem que assumir a responsabilidade e dizer claramente qual é a sua posição sobre a nova proposta. O Ferramenta é contra e chama os trabalhadores a irem à luta contra a demissão!

Post author Emannuel Oliveira,
de São Bernardo do Campo (SP)
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