Didier Dominique, dirigente do grupo Batay Ouvriye (Batalha Operária), principal organização sindical e operária do Haiti, está em visita ao Brasil para contato com as organizações sociais e autoridades brasileiras a fim de denunciar as graves violações aos direitos humanos que sofre o povo haitiano desde a ocupação militar de seu país.

No dia 23 de julho, Didier será recebido em Brasília pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em audiência na Comissão de Relações Internacionais da Ordem, às 15h.

No dia 24, estará no Rio, quando visitará, pela manhã, comunidades do Centro e, em seguida, se encontrará com as mães dos jovens da Providência que foram assassinados, recentemente, para entrega de um manifesto de solidariedade. Durante a tarde, ele será ouvido pela Comissão de Direitos Humanos da OAB, às 15h30, quando se realizará uma coletiva com a imprensa. Por fim, às 18h30 horas, participará de um ato-debate no Plenário da Câmara Municipal do Rio sobre a ocupação do Haiti.

Manifesto em defesa da soberania do povo haitiano
“Nós, do Batay Ouvriye, nos juntamos todos para denunciar na mais alta voz possível o papel assumido pela MINUSTAH frente à batalha que estamos levando junto com TODO o povo para tratar de sair da odiosa dominação dos grandes comerciantes e do Estado reacionário a seu serviço.

Deixando de lado o papel de, supostamente, enfrentar os bandos armados, os militares da MINUSTAH, enquanto enchem de dinheiro seus bolsos, passaram nos últimos dias a uma REPRESSÃO aberta contra manifestantes, em Les Cayes, em Porto Príncipe, em Ouanaminthe, chegando a ferir e matar descaradamente nosso povo.

Agora, não nos permitem reunir-nos nas ruas ou até mesmo em lugares mais habituais para nós. Durante a noite se estabelece um verdadeiro TERROR, plantado em nossos bairros onde a patrulha passa metralhando, sem parar, à altura humana, nos forçando a deitar no chão.

Lançam até mesmo granadas sobre a população, ferindo e matando pessoas em plena zona do mercado, chegando assim a queimar todas as mercadorias das pequenas vendedoras.

Para a Batay Ouvriye, sempre esteve claro o que eles vieram fazer aqui, a quem e a qual projeto político de exploração e dominação vieram defender.

Hoje, da maneira que os vemos parados frente a nossas demandas (demandas ligadas à fome!), nos parece ainda mais claro: Esses sanguinários precisam partir! Agora mesmo!

ABAIXO A OCUPAÇÃO! ABAIXO A OCUPAÇÃO! ABAIXO A OCUPAÇÃO!
FORA MINUSTAH!”