Profissionais da educação do Rio cruzam os braços e enfrentam brutal repressão

Desde as Jornadas de Junho o centro do Rio de Janeiro tem sido palco de heróicas batalhas dos trabalhadores e do povo enfrentando os governos de Sérgio Cabral e Eduardo Paes (PMDB).

O mais novo momento dessa guerra dos governantes contra os interesses da população trabalhadora ocorreu na calada da noite do sábado do dia 28 para domingo de 29 de setembro. A Policia Militar do Rio de Janeiro expulsou com bombas, choques elétricos, gás lacrimogêneo e spray de pimenta os profissionais de educação que, lutando por uma educação pública gratuita e de qualidade, ocupavam a Câmara de Vereadores desde o dia 26.

Greve pela educação
A categoria de profissionais da educação no Rio de Janeiro não são apenas as professoras e professores. O sindicato (SEPE-RJ, Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro)  representa o conjunto das trabalhadoras e trabalhadores do setor. São cozinheiras, cozinheiros, agentes educacionais, secretárias e secretários, auxiliares de creche, ou seja, o conjunto dos homens e mulheres que trabalham na educação seja na rede estadual ou nas diversas redes municipais. A rede estadual e algumas redes municipais estão em greve, entre elas a rede municipal da capital, considerada a maior da América latina.

Dando continuidade à greve iniciada dia 8 de agosto – que estava suspensa – a categoria decidiu ocupar a Câmara de Vereadores para impedir a aprovação de um “PCCR – Plano de Cargos Carreira e Remuneração” elaborado pelo governo Eduardo Paes. Tal plano é um verdadeiro ataque à escola pública e às suas trabalhadoras e trabalhadores. Estabelece, por exemplo, a categoria de professores do ensino fundamental, de conteúdo acabando com a categoria “professor” uma vez que, por tal plano, um mesmo profissional poderia trabalhar do 1º ao 9º ano, ou seja, um professor formado em geografia poderia dar aulas de matemática e assim por diante.

A categoria, contando com a solidariedade dos estudantes e seus pais, assim como da população em geral, já realizou vários atos e passeatas, sempre reunindo dezenas de milhares de pessoas.  Como ratos quando estão acuados respondem violentamente, a resposta do prefeito Eduardo Paes e sua Secretária de Educação Claudia Costin, juntamente com Sérgio Cabral, é a brutal repressão.

Os profissionais da Educação da rede municipal enfrentam o governo Eduardo Paes (PMDB) e de seu vice, Adilson Pires (PT). É a mesma coalizão que governa o país e o estado do Rio de janeiro, um governo PMDB/PT, apoiado pelo PCdoB.

Uma luta que não se restringe à categoria
A greve da rede estadual e municipal é uma autêntica continuidade das Jornadas de Junho. Porém, neste momento, a solidariedade da população às denominadas guerreiras, aos chamados guerreiros da educação, não pode ser silenciosa. Como escreveu uma professora da rede municipal na Internet:“Vamos jogar água na cara do gigante, galera! Ele tem que acordar novamente.”.

Este é o espírito. Paes e Cabral são inimigos da escola pública. Quando atacam a educação pública estão atacando um direito dos trabalhadores e do povo pobre. Cabe a nós trabalhadores e o povo defender estes direitos. Até porque os profissionais da educação já afirmaram mais de uma vez: a luta não é só por salário, é pela escola pública, pela qualidade de ensino e por dignidade. Assim como as jornadas de junho não foram só por 0,20 centavos, a greve da educação não é só por salário.

As passeatas que já acontecem nos bairros da cidade em solidariedade aos educadores e em apoio à greve da educação precisam se expandir. É necessário, novamente, levar milhares e milhares às ruas. Tomar as ruas em um ato unificado de apoio e solidariedade aos profissionais de educação. Desta forma, consegue-se isolar cada vez mais os governos de Cabral e de Paes, abrindo a perspectiva de derrotá-los.

Veja o vídeo da desocupação da Câmara (Coletivo Mariachi)


 

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