Repudiar as ameaças do imperialismo espanhol e europeu! Nenhum peso aos sucateadores! Estatização sem pagamento do petróleo e do gás natural!Diante das medidas do governo argentino a empresa Repsol-YPF, o governo espanhol e seu Rei, junto com a Comunidade Econômica Europeia, ameaçam nosso país com punições e sanções. Repudiamos essas ameaças e defendemos o absoluto direito e, mais ainda, a obrigação do Estado argentino, de recuperar os seus recursos, e avançar contra as multinacionais que saqueiam nossas riquezas.

A partir daí, chamamos a mobilização contra a intenção do imperialismo de atacar essas medidas, e por medidas novas e mais profundas não apenas contra a Repsol. Se eles chegarem a implementar sanções, é preciso expropriar o conjunto das empresas espanholas no país.

A partir dessa situação, exigimos que o governo nacional exproprie 100% da YPF e o restante das multinacionais do setor para conseguir solucionar a crise energética.

Repudiar colonizadores!
O povo está furioso ao ver os colonizadores do Século 21 tratarem a Argentina como uma colônia. É a mesma Comunidade Econômica Europeia que, através dos Tratados de Lisboa, reconhece a Inglaterra como legítima proprietária das Malvinas.
O PSTU repudia estas ameaças, defende o direito soberano do nosso país sobre nossos recursos e riquezas naturais. Chamamos aos trabalhadores e os povos da América Latina, a classe trabalhadora da Espanha e Europa a levantar-se contra essa humilhação.

Assim como repudiamos, desde os anos 90, a entrega e a submissão a estas multinacionais saqueadoras, e criticamos os governos posteriores, inclusive ao atual, por manter essa subordinação. Hoje dizemos: o petróleo e o gás são nossos! Essas medidas não são suficientes! Vamos expropriar 100% sem pagar um centavo!
Agora, a Repsol, seu governo lacaio e o Rei Juan Carlos ameaçam com julgamentos e exigem valores indenizatórios fabulosos. Em nome do governo argentino, Axel Kicilloff contestou: “não vamos pagar o que querem”.

Mas vamos pagar algo a estes colonizadores? Roubam de nós muito mais do que investiram para ficarem com a YPF. Levaram fortunas ano após ano. Só deixaram dívidas, trabalhadores desempregados e desastres ambientais. Nós do PSTU dizemos: Nem um centavo para a Repsol, que sucateou a YPF! Não aceitamos que sejam pagos, e muito menos com dinheiro do ANSES (Administración Nacional de la Seguridad Social), quer dizer, dos aposentados!

Uma medida limitada
A medida do governo é um golpe contra a Repsol e o imperialismo europeu, e implica na recuperação, em escala limitada e incompleta, de parte de nossos recursos. Consiste na expropriação de 51% do controle acionário da Repsol-YPF, mantendo 49% em mãos privadas, 27% com a família Eskenazi, e 17% com investidores internacionais, em especial norte-americanos.

No entanto, tal como Cristina o reconheceu, não é uma estatização. A Empresa se mantém como sociedade anônima, afeta apenas a Repsol espanhola, respeitando a propriedade da família Eskenazi (que ficou com sua parte sem colocar um centavo graças às gestões de Néstor Kirchner, além dos investidores norte-americanos) daí a tranquilidade de Obama. E a parte estatal pode ser entregue na forma de concessões a novas empresas privadas.

O governo sequer cogita adotar alguma medida similar contra a Pan American Energy (de capital inglês e proprietária do Cerro Dragón, a maior jazida do país, com um contrato até 2047) e em nenhuma das demais multinacionais petroleiras que nos saqueiam.

Por isso, exigimos do governo que não brinque com as expectativas dos trabalhadores e do povo argentino. Ainda que defendamos esta medida diante dos ataques imperialistas, não a apoiamos, pois julgamos que ela não é suficiente para recuperar a soberania energética.

A única saída é a estatização de todo petróleo e gás natural, começando pela anulação das concessões de todas as empresas privadas, tanto multinacionais como nacionais. Assim, avançar na construção de uma grande petroleira estatal, que detenha o monopólio da totalidade do petróleo e gás natural, e que os administre, sob controle dos trabalhadores.

Fora todas as multinacionais! O petróleo e o gás são argentinos devem estar a serviço dos trabalhadores e do povo e de suas necessidades: saúde, educação, moradia, emprego e desenvolvimento do país.

Unidade para avançar
A atual crise energética é produto de anos de entrega e privatizações, do avanço do imperialismo sobre os nossos recursos.

Todos esses anos, a situação se agravou. A política do governo, sua insistência em não estatizar, demonstra que esta medida, tão surpreendente, não representa um necessário giro de 180º. Por isso, a Constituição de Menem, de 1994, é mantida e suas leis sobre o petróleo e o gás natural, a fragmentação da propriedade dos recursos naturais pelos estados e todo o esquema de petróleo e gás.
A mudança de fundo só ocorrerá através de uma grande mobilização operária e popular. As lutas dos trabalhadores petroleiros contra as multinacionais, que questionaram a matriz energética e o saque de recursos, foram muitas vezes respondidas com demissões, perseguições, repressão e prisão por parte desse mesmo governo. Essas lutas abriram o caminho.

Chamamos todas as organizações operárias e populares a mais ampla unidade de ação para responder com a mobilização e a luta contra toda a intenção de castigar nosso país, enquanto exigimos que o governo não pague um centavo aos sucateadores, que a YPF seja 100% estatal.

Por uma mudança de fundo
O PSTU continuará propondo um programa de medidas de fundo, as únicas que podem garantir de verdade a soberania energética para o povo argentino e as gerações vindouras.
• Anulação de todas as concessões de áreas de petróleo e gás.
• Nacionalização e estatização do petróleo e do gás natural. Expropriação sem pagamento de todas as empresas, tanto multinacionais como nacionais.
• Por uma grande empresa estatal nacional de petróleo e gás natural sob o controle dos trabalhadores.
• Cancelamento das exportações de petróleo e gás natural, priorizando o consumo interno presente e futuro.
• Defesa dos direitos dos trabalhadores do petróleo e do gás: estabilidade, salário e contrato para os petroleiros terceirizados; jornada de 8 horas sem redução de salário; anulação do imposto sobre o salário.
Post author PSTU – ARGENTINA
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