Ponte do Socorro, Zona Sul de São Paulo
Redação

O Dia Nacional de Lutas e Paralisações contra a reforma da Previdência já é o maior dia de greves e mobilizações em anos nesse país. Paralisações massivas de diversas categorias, sobretudo dos setores operários e mais pauperizados, e grandes manifestações, com ações radicalizadas como corte de estradas e ocupações, expressam a disposição de luta da classe trabalhadora brasileira contra as reformas e o governo Temer.

Em São Paulo, o dia amanheceu com o clima de uma verdadeira Greve Geral. A paralisação de 24h reafirmada pelos metroviários na noite anterior e a paralisação dos rodoviários no início da manhã, afetaram os transportes em toda a cidade, deixando apenas os trens funcionando.

Professores e secundaristas fazem protesto na Brasilândia, Zona Norte

A população, apesar de insistentemente instigada por uma verdadeira campanha da imprensa contra a greve, deu várias demonstrações de apoio, “Porque se o governo quer tirar conquistas dos trabalhadores, sou a favor de que parem mesmo. Só acho então que tinha que parar tudo“, afirmou um usuário do metrô que estava parado na estação Barra Funda ao jornal Folha de S. Paulo. Situação parecida ocorreu ao vivo nas coberturas televisivas.

Fábrica paralisada na Zona Leste de SP

Os operários de grande parte das fábricas da cidade também aderiram massivamente à paralisação. Na Zona Sul, os trabalhadores marcharam junto com os ativistas do Movimento Luta Popular e fecharam a Ponte do Socorro. Também houve paralisações em fábricas da Zona Norte e Zona Leste.

Professores e estudantes secundaristas também participaram do dia, fechando a ponte da Freguesia do Ó.

Houve o fechamento da Dutra logo pela manhã, além de diversos atos espalhados pela capital.

Em São José dos Campos, cerca de 10 mil metalúrgicos se mobilizaram logo pela manhã. Os operários da TI Automotive fizeram uma passeata parando a Dutra no sentido SP-Rio e andaram por dois quilômetros até a Refinaria Henrique Lage, da Petrobrás.

Metalúrgicos fecham a Dutra em São José dos Campos

Os metalúrgicos da GM também fizeram uma passeata por cerca de 2,5 km e também ocuparam a Dutra, atrasando por três horas a entrada na fábrica. Na Chery de Jacareí, os operários decidiram parar por 24h. Houve ainda mobilização de operários da JC Hitachi e Prolind.

Dutra fechada

No início da tarde um ato no centro de São José dos Campos reuniu cerca de 2 mil pessoas entre metalúrgicos, professores, condutores, petroleiros, trabalhadores dos Correios, químicos, trabalhadores da alimentação, servidores, sem-terras, estudantes, entre outros setores.

Ato no centro de São José dos Campos

Na região do ABC, os metalúrgicos da Volks paralisaram e um fato inusitado acabou ampliando a paralisação na região. Os condutores responsáveis pelo transporte dos operários cruzaram os braços e fábricas como a Mercedes, que iria funcionar, acabou paralisada também.

Já no Rio de Janeiro aconteceu uma manifestação do Movimento SOS Emprego que fechou a Avenida Brasil boa parte da manhã. Trabalhadores do Complexo Portuário também cruzaram os braços contra a reforma da Previdência.

Em Salvador (BA) o dia 15 começou com o trancamento de avenidas na região Iguatemi/Rodoviária. Escolas públicas e privadas também pararam, e os bancários definiram paralisação até às 12h.

Trancaço na empresa Carris

No Rio Grande do Sul, o 15M começou com paralisação e “trancaço” na empresa de ônibus Carris, de Porto Alegre. Também houve mobilização dos trabalhadores da empresa de energia elétrica CEEE, e de funcionárias do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV).

Já em Pernambuco, teve paralisação em vários municípios e, na capital Recife, servidores municipais e estaduais, bancários, urbanitários, metalúrgicos, ecetistas, portuários, vigilantes, metroviários, rodoviários, setor da saúde e educação realizam protestos e ato unificado organizado pelas centrais sindicais.

Em Aracaju, aconteceu mobilização de petroleiros, operários da indústria do cimento e movimento popular.

Ato em Aracaju

Além da forte paralisação em todo o país e nos mais diversos setores, as manifestações que já ocorreram até agora foram significativas. Cerca de 50 mil em Curitiba, 30 mil Fortaleza e algo próximo a isso em Belo Horizonte.

Manifestação em Belo Horizonte

Greve Geral
As primeiras horas deste dia nacional de lutas e paralisações mostrou de forma contundente a disposição de luta dos trabalhadores. Metalúrgicos de várias partes do país, como São Paulo, São José dos Campos, no Paraná, aderiram massivamente. Dos 36 sindicatos dos Correios, 30 aderiram à paralisação. O setor dos transportes teve participação decisiva, como metroviários de São Paulo e BH, além dos condutores de várias partes do país, assim como o funcionalismo público das três esferas.

O apoio popular aos protestos e às paralisações é massivo e o rechaço ao governo e suas reformas se vê do ponto de ônibus à fila do supermercado. A indignação toma conta da população. Uma Greve Geral não só é necessária, como possível.

Zé Maria esteve junto aos operários e lutadores do movimento popular na Zona Sul de São Paulo neste #15M. Confira como foi(assessoria)

Posted by Zé Maria on Wednesday, March 15, 2017